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Rua Adalberto Kemeny, 82 - Barra Funda1 Dormitório com armário; Banheiro com box blindex; Living em 2 ambientes; Cozinha com armários planejados, integrada a sala, com fogão Cooktop dividindo a sala da cozinha; Terraço integrado ao dormitório e living; 1 Vaga de garagem Barra Funda é um bairro situado em parte na zona oeste do município de São Paulo, pertencente ao distrito da Barra Funda,[2][3] e em parte ao distrito de Santa Cecília, na zona central da cidade. É famoso por ser o bairro das escolas de samba Mancha Verde e Camisa Verde e Branco, e o local onde também se situa a sede da rede de televisão RecordTV, bem como o Memorial da América Latina, os centros de treinamento dos times de futebol Palmeiras e São Paulo. É atendido pela linha 3 do Metrô e pelas linhas 7 e 8 do Trem Metropolitano. História e formação O bairro da Barra Funda está inserido na área central de São Paulo, cuja origem é bastante interessante e remonta à fundação do Colégio pelos Jesuítas, em 1554. A posição geográfica privilegiada da cidade propiciou que se estabelecesse como centro de intenso intercâmbio econômico entre o planalto paulista e o litoral, além de ser um ponto central do sistema de comunicações, onde todos os caminhos, tanto terrestres quanto fluviais, se articulavam.[4] O processo de ocupação da área central da cidade, assim como as profundas transformações verificadas nos séculos XIX e XX, refletem as diversas fases da evolução urbana de São Paulo. Em meados do século XIX, a cidade era ainda bastante modesta, com a parte compacta restrita à extremidade do esporão que corresponde à confluência Tamanduateí-Anhangabaú, a parte antiga do atual centro paulistano. A cidade era circundada por chácaras que formavam um cinturão de características suburbanas, com funções residenciais e agrícolas.[5] Avenida Francisco Matarazzo na década de 1920. Central Telefônica Palmeiras em 1928. Antiga residência do escritor Mário de Andrade. O crescimento e desenvolvimento de São Paulo nas últimas décadas do século XIX propiciaram a ocupação das várzeas dos rios na cidade e o surgimento de novos bairros. Chácaras foram loteadas e a construção de estações de trem trouxeram novas atividades econômicas para estas regiões.[5] O bairro da Barra Funda é um bom exemplo deste processo. Lá se localizava a Chácara do Carvalho, divisão do antigo sítio de propriedade do Barão de Iguape, que abrangia ainda parte da Casa Verde e da Freguesia do Ó.[4] Herdada por Antônio da Silva Prado, a sede da Chácara foi encomendada a Luigi Puci em 1890, pouco tempo antes de suas terras serem loteadas.[6] A ocupação do bairro está estreitamente ligada à construção de estradas de ferro para escoamento da produção do café na cidade.[7] Em 1875, a estação Barra Funda da Estrada de Ferro Sorocabana foi inaugurada, integrando o primeiro trecho da linha.[7] A estação permaneceu como depósito e armazém de produtos transportados entre o porto e o interior até os anos 20, quando passou a transportar passageiros. Já a estação da São Paulo Railway, inaugurada em 1892, bem próxima à estação da Sorocabana, atendeu desde o início à crescente população do bairro, atraída pela demanda de trabalho gerada nos armazéns das ferrovias e de particulares.[6] Os primeiros habitantes da Barra Funda, após o loteamento da chácara, foram imigrantes italianos. Além dos trabalhos relacionados à ferrovia, estabeleceram em suas casas serrarias e oficinas mecânicas que atendiam à população abastada dos Campos Elíseos.[4] Porém, o que mais marca sua presença na Barra Funda é a construção civil. Até hoje, a maior parte das casas do bairro possui uma arquitetura simples com algumas características em comum: construções geminadas que possuem uma entrada lateral, uma fileira de cômodos, uma cozinha, um quintal e um porão. Esta arquitetura é conhecida como "ponta de chuva", por serem as casas traçadas pelos capomastri (mestres de obras) italianos com a ponta de um guarda-chuva na terra no início da construção.[8][9] No início do século XX, as características do bairro começaram a mudar. A população, que era predominantemente branca, passou a receber os primeiros negros, presença que se intensificou nas décadas seguintes.[10] O sistema de transportes da região foi contemplado, em 1902, com o primeiro bonde elétrico de São Paulo, que ligava a Barra Funda ao Largo São Bento.[4] Acompanhando o trajeto do bonde, ruas como Barra Funda, Brigadeiro Galvão e Anhanguera, onde se localizava o ponto final, aglutinaram atividades comerciais e de serviços. O desenvolvimento deste polo comercial, assim como sua proximidade dos bairros Higienópolis e Campos Elíseos, atraiu alguns representantes da classe média cafeeira e industriais que nesta região passaram a residir, enquanto estabeleciam suas indústrias do outro lado do bairro, a Barra Funda de baixo.[11][6] Theatro São Pedro de 1917. E.E. Conselheiro Antônio Prado em 1929. Antonio Ferrigno - Estação Barra Funda. A divisão do bairro data da construção das linhas de trem que separaram a região localizada entre a linha de trem e a Marginal Tietê (Barra Funda de baixo) e a localizada entre a linha de trem e os Campos Elíseos (Barra Funda de cima). Por muito tempo, foram ligadas por duas porteiras, uma na rua Anhanguera e outra na rua Assis.[4] A parte de cima até hoje goza de maior infraestrutura e poder aquisitivo.[12] Diante da infraestrutura que o bairro possuía e da concentração de mão-de-obra, as primeiras décadas do século XX assistiram a uma ocupação industrial impressionante.[7] Além das indústrias instaladas na própria Barra Funda, na Água Branca, um grande parque industrial foi erguido na década de 1920: as Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo.[10] Com uma área de 100 mil metros quadrados, reuniam diversas atividades industriais e empregavam um grande número de moradores do bairro. Até uma estação de trem da São Paulo Railway foi construída nas mediações do parque industrial para o escoamento do que ali era produzido.[10] No entanto, o desenvolvimento econômico da região seria abalado pela Grande Depressão. Os casarões da antiga classe média cafeeira foram abandonados e, com o tempo, se transformaram em cortiços. Indústrias fecharam ou transferiram suas atividades. Ao bairro restaram as oficinas mecânicas, serrarias, marcenarias e indústrias alimentícias ou têxteis de pequeno porte.[4] No plano cultural, este período marcaria a história da música nacional.[13] A região é considerada um dos berços do samba paulista. O Largo da Banana era o ponto de encontro para os sambas de rodas, rodas de tiririca (capoeira) e serestas.[13] Conhecido assim pela venda de cachos de banana, o largo é louvado em sambas conhecidos, como nas letras de Geraldo Filme. Lá foi fundado por Dionísio Barbosa o primeiro cordão carnavalesco paulista, o Grupo Carnavalesco Barra Funda.[4] Formado por membros da população negra que se sentiam excluídos da Festa do Momo, o grupo teve que paralisar suas atividades nos anos 40 por problemas políticos.[9] Reorganizado como Camisa Verde por Inocêncio Tobias, foi perseguido pela polícia política de Vargas, confundido como simpatizante do Partido Integralista, até a alteração do nome para Camisa Verde e Branco. O primeiro desfile do grupo data de 1954, na comemoração do Quarto Centenário da cidade de São Paulo.[13][14] Terminal Intermodal Barra Funda de 1989. Playcenter inaugurado em 1973. Os anos 1970 marcam a chegada dos migrantes nordestinos ao bairro. O polo industrial ali localizado nas primeiras décadas do século sofreu um processo crescente de refluxo com o fechamento, transferência ou falências das unidades produtoras, o que propiciou uma maior ocupação residencial do bairro com a chegada dos novos habitantes.[15] No início dos anos 1980, o setor industrial se apresentava quase reduzido a zero na região.[14] Porém, a partir de 1989, as coisas começaram a mudar. Foi inaugurado o Terminal Intermodal Barra Funda, que reúne todas as modalidades do transporte coletivo (metrô, trens de passageiros das antigas linhas Sorocabana e Santos-Jundiaí sob a administração da CPTM, transporte rodoviário, ônibus municipais e intermunicipais).[7] No mesmo ano, no antigo Largo da Banana, foi inaugurado o Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer. Estas transformações trouxeram nova vida ao bairro. Muitas casas deram lugar a estabelecimentos comerciais, prédios de negócios se instalaram e imóveis antigos foram revitalizados.[12] Em 1995, a Rede Record ali se estabeleceu e, em suas proximidades, o Parque Industrial Thomas Edison e o Centro Empresarial Água Branca foram inaugurados em 2001.[11] No campo cultural e de entretenimento, além do Memorial da América Latina, o bairro possui um galpão de exposições onde funciona regularmente o Mercado Mundo Mix, que reúne confecções e artigos de decoração de novos designers, o Theatro São Pedro, datado de 1917, e o Parque de Diversões Playcenter. Nos arredores se localizam também o Shopping West Plaza, o Parque Antártica, o Galpão Fábrica, o Parque da Água Branca e o Sesc Pompéia.[15] Atualidade Memorial e edifícios localizados nas adjacências do Terminal. Rede Record de Televisão. Edifícios residenciais modernos do bairro. Nos últimos anos, o bairro da Barra Funda tem passado por significativas transformações que refletem tanto a evolução urbana quanto as mudanças sociais e econômicas da cidade de São Paulo. Um dos marcos dessa transformação foi a desativação do Playcenter, um famoso parque de diversões que operou por décadas na região. O fechamento do Playcenter em 2012 marcou o fim de uma era, mas também abriu espaço para novos empreendimentos e iniciativas que visam revitalizar a área.[15] Um dos projetos mais notáveis que surgiram após a desativação do parque é o Jardim das Perdizes, um empreendimento que visa transformar a antiga área do Playcenter em um espaço residencial e comercial moderno. Este projeto é parte de uma tendência maior de revitalização urbana que busca integrar áreas anteriormente subutilizadas à dinâmica da cidade, promovendo um ambiente mais sustentável e acessível.[16][17] Além disso, a construção do Terminal Intermodal Barra Funda consolidou a região como um importante hub de transporte, facilitando o acesso a diferentes modalidades de transporte público, como metrô, trens e ônibus. Essa infraestrutura não apenas melhora a mobilidade dos moradores, mas também torna o bairro mais atrativo para empresas e novos empreendimentos.[18] A Barra Funda continua a ser um centro cultural vibrante. O Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer, permanece como um dos principais pontos de atração do bairro, promovendo eventos culturais, exposições e atividades que celebram a diversidade latino-americana. O bairro também abriga o Theatro São Pedro, que, datado de 1917, é um importante espaço para a cena teatral paulistana.[18] Nos últimos anos, a Barra Funda tem visto um aumento na oferta de espaços de lazer e entretenimento, com a revitalização de áreas públicas e a criação de novos centros comerciais. O Shopping West Plaza e o Parque da Água Branca são exemplos de locais que oferecem opções de compras e lazer para os moradores e visitantes.[11][8] O bairro é classificado pelo CRECI como "Zona de Valor C", assim como outros bairros da capital como Santana e Tatuapé.[19] Apesar das melhorias, a Barra Funda enfrenta desafios, como a gentrificação, que pode levar ao aumento dos preços dos imóveis e à deslocação de moradores de longa data. A chegada de novos empreendimentos e a valorização da área podem criar tensões entre os antigos e novos moradores, exigindo um planejamento urbano cuidadoso para garantir que o desenvolvimento beneficie a todos.[9] BibliografiaBarra Funda é um bairro situado em parte na zona oeste do município de São Paulo, pertencente ao distrito da Barra Funda,[2][3] e em parte ao distrito de Santa Cecília, na zona central da cidade. É famoso por ser o bairro das escolas de samba Mancha Verde e Camisa Verde e Branco, e o local onde também se situa a sede da rede de televisão RecordTV, bem como o Memorial da América Latina, os centros de treinamento dos times de futebol Palmeiras e São Paulo. É atendido pela linha 3 do Metrô e pelas linhas 7 e 8 do Trem Metropolitano. História e formação O bairro da Barra Funda está inserido na área central de São Paulo, cuja origem é bastante interessante e remonta à fundação do Colégio pelos Jesuítas, em 1554. A posição geográfica privilegiada da cidade propiciou que se estabelecesse como centro de intenso intercâmbio econômico entre o planalto paulista e o litoral, além de ser um ponto central do sistema de comunicações, onde todos os caminhos, tanto terrestres quanto fluviais, se articulavam.[4] O processo de ocupação da área central da cidade, assim como as profundas transformações verificadas nos séculos XIX e XX, refletem as diversas fases da evolução urbana de São Paulo. Em meados do século XIX, a cidade era ainda bastante modesta, com a parte compacta restrita à extremidade do esporão que corresponde à confluência Tamanduateí-Anhangabaú, a parte antiga do atual centro paulistano. A cidade era circundada por chácaras que formavam um cinturão de características suburbanas, com funções residenciais e agrícolas.[5] Avenida Francisco Matarazzo na década de 1920. Central Telefônica Palmeiras em 1928. Antiga residência do escritor Mário de Andrade. O crescimento e desenvolvimento de São Paulo nas últimas décadas do século XIX propiciaram a ocupação das várzeas dos rios na cidade e o surgimento de novos bairros. Chácaras foram loteadas e a construção de estações de trem trouxeram novas atividades econômicas para estas regiões.[5] O bairro da Barra Funda é um bom exemplo deste processo. Lá se localizava a Chácara do Carvalho, divisão do antigo sítio de propriedade do Barão de Iguape, que abrangia ainda parte da Casa Verde e da Freguesia do Ó.[4] Herdada por Antônio da Silva Prado, a sede da Chácara foi encomendada a Luigi Puci em 1890, pouco tempo antes de suas terras serem loteadas.[6] A ocupação do bairro está estreitamente ligada à construção de estradas de ferro para escoamento da produção do café na cidade.[7] Em 1875, a estação Barra Funda da Estrada de Ferro Sorocabana foi inaugurada, integrando o primeiro trecho da linha.[7] A estação permaneceu como depósito e armazém de produtos transportados entre o porto e o interior até os anos 20, quando passou a transportar passageiros. Já a estação da São Paulo Railway, inaugurada em 1892, bem próxima à estação da Sorocabana, atendeu desde o início à crescente população do bairro, atraída pela demanda de trabalho gerada nos armazéns das ferrovias e de particulares.[6] Os primeiros habitantes da Barra Funda, após o loteamento da chácara, foram imigrantes italianos. Além dos trabalhos relacionados à ferrovia, estabeleceram em suas casas serrarias e oficinas mecânicas que atendiam à população abastada dos Campos Elíseos.[4] Porém, o que mais marca sua presença na Barra Funda é a construção civil. Até hoje, a maior parte das casas do bairro possui uma arquitetura simples com algumas características em comum: construções geminadas que possuem uma entrada lateral, uma fileira de cômodos, uma cozinha, um quintal e um porão. Esta arquitetura é conhecida como "ponta de chuva", por serem as casas traçadas pelos capomastri (mestres de obras) italianos com a ponta de um guarda-chuva na terra no início da construção.[8][9] No início do século XX, as características do bairro começaram a mudar. A população, que era predominantemente branca, passou a receber os primeiros negros, presença que se intensificou nas décadas seguintes.[10] O sistema de transportes da região foi contemplado, em 1902, com o primeiro bonde elétrico de São Paulo, que ligava a Barra Funda ao Largo São Bento.[4] Acompanhando o trajeto do bonde, ruas como Barra Funda, Brigadeiro Galvão e Anhanguera, onde se localizava o ponto final, aglutinaram atividades comerciais e de serviços. O desenvolvimento deste polo comercial, assim como sua proximidade dos bairros Higienópolis e Campos Elíseos, atraiu alguns representantes da classe média cafeeira e industriais que nesta região passaram a residir, enquanto estabeleciam suas indústrias do outro lado do bairro, a Barra Funda de baixo.[11][6] Theatro São Pedro de 1917. E.E. Conselheiro Antônio Prado em 1929. Antonio Ferrigno - Estação Barra Funda. A divisão do bairro data da construção das linhas de trem que separaram a região localizada entre a linha de trem e a Marginal Tietê (Barra Funda de baixo) e a localizada entre a linha de trem e os Campos Elíseos (Barra Funda de cima). Por muito tempo, foram ligadas por duas porteiras, uma na rua Anhanguera e outra na rua Assis.[4] A parte de cima até hoje goza de maior infraestrutura e poder aquisitivo.[12] Diante da infraestrutura que o bairro possuía e da concentração de mão-de-obra, as primeiras décadas do século XX assistiram a uma ocupação industrial impressionante.[7] Além das indústrias instaladas na própria Barra Funda, na Água Branca, um grande parque industrial foi erguido na década de 1920: as Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo.[10] Com uma área de 100 mil metros quadrados, reuniam diversas atividades industriais e empregavam um grande número de moradores do bairro. Até uma estação de trem da São Paulo Railway foi construída nas mediações do parque industrial para o escoamento do que ali era produzido.[10] No entanto, o desenvolvimento econômico da região seria abalado pela Grande Depressão. Os casarões da antiga classe média cafeeira foram abandonados e, com o tempo, se transformaram em cortiços. Indústrias fecharam ou transferiram suas atividades. Ao bairro restaram as oficinas mecânicas, serrarias, marcenarias e indústrias alimentícias ou têxteis de pequeno porte.[4] No plano cultural, este período marcaria a história da música nacional.[13] A região é considerada um dos berços do samba paulista. O Largo da Banana era o ponto de encontro para os sambas de rodas, rodas de tiririca (capoeira) e serestas.[13] Conhecido assim pela venda de cachos de banana, o largo é louvado em sambas conhecidos, como nas letras de Geraldo Filme. Lá foi fundado por Dionísio Barbosa o primeiro cordão carnavalesco paulista, o Grupo Carnavalesco Barra Funda.[4] Formado por membros da população negra que se sentiam excluídos da Festa do Momo, o grupo teve que paralisar suas atividades nos anos 40 por problemas políticos.[9] Reorganizado como Camisa Verde por Inocêncio Tobias, foi perseguido pela polícia política de Vargas, confundido como simpatizante do Partido Integralista, até a alteração do nome para Camisa Verde e Branco. O primeiro desfile do grupo data de 1954, na comemoração do Quarto Centenário da cidade de São Paulo.[13][14] Terminal Intermodal Barra Funda de 1989. Playcenter inaugurado em 1973. Os anos 1970 marcam a chegada dos migrantes nordestinos ao bairro. O polo industrial ali localizado nas primeiras décadas do século sofreu um processo crescente de refluxo com o fechamento, transferência ou falências das unidades produtoras, o que propiciou uma maior ocupação residencial do bairro com a chegada dos novos habitantes.[15] No início dos anos 1980, o setor industrial se apresentava quase reduzido a zero na região.[14] Porém, a partir de 1989, as coisas começaram a mudar. Foi inaugurado o Terminal Intermodal Barra Funda, que reúne todas as modalidades do transporte coletivo (metrô, trens de passageiros das antigas linhas Sorocabana e Santos-Jundiaí sob a administração da CPTM, transporte rodoviário, ônibus municipais e intermunicipais).[7] No mesmo ano, no antigo Largo da Banana, foi inaugurado o Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer. Estas transformações trouxeram nova vida ao bairro. Muitas casas deram lugar a estabelecimentos comerciais, prédios de negócios se instalaram e imóveis antigos foram revitalizados.[12] Em 1995, a Rede Record ali se estabeleceu e, em suas proximidades, o Parque Industrial Thomas Edison e o Centro Empresarial Água Branca foram inaugurados em 2001.[11] No campo cultural e de entretenimento, além do Memorial da América Latina, o bairro possui um galpão de exposições onde funciona regularmente o Mercado Mundo Mix, que reúne confecções e artigos de decoração de novos designers, o Theatro São Pedro, datado de 1917, e o Parque de Diversões Playcenter. Nos arredores se localizam também o Shopping West Plaza, o Parque Antártica, o Galpão Fábrica, o Parque da Água Branca e o Sesc Pompéia.[15] Atualidade Memorial e edifícios localizados nas adjacências do Terminal. Rede Record de Televisão. Edifícios residenciais modernos do bairro. Nos últimos anos, o bairro da Barra Funda tem passado por significativas transformações que refletem tanto a evolução urbana quanto as mudanças sociais e econômicas da cidade de São Paulo. Um dos marcos dessa transformação foi a desativação do Playcenter, um famoso parque de diversões que operou por décadas na região. O fechamento do Playcenter em 2012 marcou o fim de uma era, mas também abriu espaço para novos empreendimentos e iniciativas que visam revitalizar a área.[15] Um dos projetos mais notáveis que surgiram após a desativação do parque é o Jardim das Perdizes, um empreendimento que visa transformar a antiga área do Playcenter em um espaço residencial e comercial moderno. Este projeto é parte de uma tendência maior de revitalização urbana que busca integrar áreas anteriormente subutilizadas à dinâmica da cidade, promovendo um ambiente mais sustentável e acessível.[16][17] Além disso, a construção do Terminal Intermodal Barra Funda consolidou a região como um importante hub de transporte, facilitando o acesso a diferentes modalidades de transporte público, como metrô, trens e ônibus. Essa infraestrutura não apenas melhora a mobilidade dos moradores, mas também torna o bairro mais atrativo para empresas e novos empreendimentos.[18] A Barra Funda continua a ser um centro cultural vibrante. O Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer, permanece como um dos principais pontos de atração do bairro, promovendo eventos culturais, exposições e atividades que celebram a diversidade latino-americana. O bairro também abriga o Theatro São Pedro, que, datado de 1917, é um importante espaço para a cena teatral paulistana.[18] Nos últimos anos, a Barra Funda tem visto um aumento na oferta de espaços de lazer e entretenimento, com a revitalização de áreas públicas e a criação de novos centros comerciais. O Shopping West Plaza e o Parque da Água Branca são exemplos de locais que oferecem opções de compras e lazer para os moradores e visitantes.[11][8] O bairro é classificado pelo CRECI como "Zona de Valor C", assim como outros bairros da capital como Santana e Tatuapé.[19] Apesar das melhorias, a Barra Funda enfrenta desafios, como a gentrificação, que pode levar ao aumento dos preços dos imóveis e à deslocação de moradores de longa data. A chegada de novos empreendimentos e a valorização da área podem criar tensões entre os antigos e novos moradores, exigindo um planejamento urbano cuidadoso para garantir que o desenvolvimento beneficie a todos.[9] BibliografiaBarra Funda é um bairro situado em parte na zona oeste do município de São Paulo, pertencente ao distrito da Barra Funda,[2][3] e em parte ao distrito de Santa Cecília, na zona central da cidade. É famoso por ser o bairro das escolas de samba Mancha Verde e Camisa Verde e Branco, e o local onde também se situa a sede da rede de televisão RecordTV, bem como o Memorial da América Latina, os centros de treinamento dos times de futebol Palmeiras e São Paulo. É atendido pela linha 3 do Metrô e pelas linhas 7 e 8 do Trem Metropolitano. História e formação O bairro da Barra Funda está inserido na área central de São Paulo, cuja origem é bastante interessante e remonta à fundação do Colégio pelos Jesuítas, em 1554. A posição geográfica privilegiada da cidade propiciou que se estabelecesse como centro de intenso intercâmbio econômico entre o planalto paulista e o litoral, além de ser um ponto central do sistema de comunicações, onde todos os caminhos, tanto terrestres quanto fluviais, se articulavam.[4] O processo de ocupação da área central da cidade, assim como as profundas transformações verificadas nos séculos XIX e XX, refletem as diversas fases da evolução urbana de São Paulo. Em meados do século XIX, a cidade era ainda bastante modesta, com a parte compacta restrita à extremidade do esporão que corresponde à confluência Tamanduateí-Anhangabaú, a parte antiga do atual centro paulistano. A cidade era circundada por chácaras que formavam um cinturão de características suburbanas, com funções residenciais e agrícolas.[5] Avenida Francisco Matarazzo na década de 1920. Central Telefônica Palmeiras em 1928. Antiga residência do escritor Mário de Andrade. O crescimento e desenvolvimento de São Paulo nas últimas décadas do século XIX propiciaram a ocupação das várzeas dos rios na cidade e o surgimento de novos bairros. Chácaras foram loteadas e a construção de estações de trem trouxeram novas atividades econômicas para estas regiões.[5] O bairro da Barra Funda é um bom exemplo deste processo. Lá se localizava a Chácara do Carvalho, divisão do antigo sítio de propriedade do Barão de Iguape, que abrangia ainda parte da Casa Verde e da Freguesia do Ó.[4] Herdada por Antônio da Silva Prado, a sede da Chácara foi encomendada a Luigi Puci em 1890, pouco tempo antes de suas terras serem loteadas.[6] A ocupação do bairro está estreitamente ligada à construção de estradas de ferro para escoamento da produção do café na cidade.[7] Em 1875, a estação Barra Funda da Estrada de Ferro Sorocabana foi inaugurada, integrando o primeiro trecho da linha.[7] A estação permaneceu como depósito e armazém de produtos transportados entre o porto e o interior até os anos 20, quando passou a transportar passageiros. Já a estação da São Paulo Railway, inaugurada em 1892, bem próxima à estação da Sorocabana, atendeu desde o início à crescente população do bairro, atraída pela demanda de trabalho gerada nos armazéns das ferrovias e de particulares.[6] Os primeiros habitantes da Barra Funda, após o loteamento da chácara, foram imigrantes italianos. Além dos trabalhos relacionados à ferrovia, estabeleceram em suas casas serrarias e oficinas mecânicas que atendiam à população abastada dos Campos Elíseos.[4] Porém, o que mais marca sua presença na Barra Funda é a construção civil. Até hoje, a maior parte das casas do bairro possui uma arquitetura simples com algumas características em comum: construções geminadas que possuem uma entrada lateral, uma fileira de cômodos, uma cozinha, um quintal e um porão. Esta arquitetura é conhecida como "ponta de chuva", por serem as casas traçadas pelos capomastri (mestres de obras) italianos com a ponta de um guarda-chuva na terra no início da construção.[8][9] No início do século XX, as características do bairro começaram a mudar. A população, que era predominantemente branca, passou a receber os primeiros negros, presença que se intensificou nas décadas seguintes.[10] O sistema de transportes da região foi contemplado, em 1902, com o primeiro bonde elétrico de São Paulo, que ligava a Barra Funda ao Largo São Bento.[4] Acompanhando o trajeto do bonde, ruas como Barra Funda, Brigadeiro Galvão e Anhanguera, onde se localizava o ponto final, aglutinaram atividades comerciais e de serviços. O desenvolvimento deste polo comercial, assim como sua proximidade dos bairros Higienópolis e Campos Elíseos, atraiu alguns representantes da classe média cafeeira e industriais que nesta região passaram a residir, enquanto estabeleciam suas indústrias do outro lado do bairro, a Barra Funda de baixo.[11][6] Theatro São Pedro de 1917. E.E. Conselheiro Antônio Prado em 1929. Antonio Ferrigno - Estação Barra Funda. A divisão do bairro data da construção das linhas de trem que separaram a região localizada entre a linha de trem e a Marginal Tietê (Barra Funda de baixo) e a localizada entre a linha de trem e os Campos Elíseos (Barra Funda de cima). Por muito tempo, foram ligadas por duas porteiras, uma na rua Anhanguera e outra na rua Assis.[4] A parte de cima até hoje goza de maior infraestrutura e poder aquisitivo.[12] Diante da infraestrutura que o bairro possuía e da concentração de mão-de-obra, as primeiras décadas do século XX assistiram a uma ocupação industrial impressionante.[7] Além das indústrias instaladas na própria Barra Funda, na Água Branca, um grande parque industrial foi erguido na década de 1920: as Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo.[10] Com uma área de 100 mil metros quadrados, reuniam diversas atividades industriais e empregavam um grande número de moradores do bairro. Até uma estação de trem da São Paulo Railway foi construída nas mediações do parque industrial para o escoamento do que ali era produzido.[10] No entanto, o desenvolvimento econômico da região seria abalado pela Grande Depressão. Os casarões da antiga classe média cafeeira foram abandonados e, com o tempo, se transformaram em cortiços. Indústrias fecharam ou transferiram suas atividades. Ao bairro restaram as oficinas mecânicas, serrarias, marcenarias e indústrias alimentícias ou têxteis de pequeno porte.[4] No plano cultural, este período marcaria a história da música nacional.[13] A região é considerada um dos berços do samba paulista. O Largo da Banana era o ponto de encontro para os sambas de rodas, rodas de tiririca (capoeira) e serestas.[13] Conhecido assim pela venda de cachos de banana, o largo é louvado em sambas conhecidos, como nas letras de Geraldo Filme. Lá foi fundado por Dionísio Barbosa o primeiro cordão carnavalesco paulista, o Grupo Carnavalesco Barra Funda.[4] Formado por membros da população negra que se sentiam excluídos da Festa do Momo, o grupo teve que paralisar suas atividades nos anos 40 por problemas políticos.[9] Reorganizado como Camisa Verde por Inocêncio Tobias, foi perseguido pela polícia política de Vargas, confundido como simpatizante do Partido Integralista, até a alteração do nome para Camisa Verde e Branco. O primeiro desfile do grupo data de 1954, na comemoração do Quarto Centenário da cidade de São Paulo.[13][14] Terminal Intermodal Barra Funda de 1989. Playcenter inaugurado em 1973. Os anos 1970 marcam a chegada dos migrantes nordestinos ao bairro. O polo industrial ali localizado nas primeiras décadas do século sofreu um processo crescente de refluxo com o fechamento, transferência ou falências das unidades produtoras, o que propiciou uma maior ocupação residencial do bairro com a chegada dos novos habitantes.[15] No início dos anos 1980, o setor industrial se apresentava quase reduzido a zero na região.[14] Porém, a partir de 1989, as coisas começaram a mudar. Foi inaugurado o Terminal Intermodal Barra Funda, que reúne todas as modalidades do transporte coletivo (metrô, trens de passageiros das antigas linhas Sorocabana e Santos-Jundiaí sob a administração da CPTM, transporte rodoviário, ônibus municipais e intermunicipais).[7] No mesmo ano, no antigo Largo da Banana, foi inaugurado o Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer. Estas transformações trouxeram nova vida ao bairro. Muitas casas deram lugar a estabelecimentos comerciais, prédios de negócios se instalaram e imóveis antigos foram revitalizados.[12] Em 1995, a Rede Record ali se estabeleceu e, em suas proximidades, o Parque Industrial Thomas Edison e o Centro Empresarial Água Branca foram inaugurados em 2001.[11] No campo cultural e de entretenimento, além do Memorial da América Latina, o bairro possui um galpão de exposições onde funciona regularmente o Mercado Mundo Mix, que reúne confecções e artigos de decoração de novos designers, o Theatro São Pedro, datado de 1917, e o Parque de Diversões Playcenter. Nos arredores se localizam também o Shopping West Plaza, o Parque Antártica, o Galpão Fábrica, o Parque da Água Branca e o Sesc Pompéia.[15] Atualidade Memorial e edifícios localizados nas adjacências do Terminal. Rede Record de Televisão. Edifícios residenciais modernos do bairro. Nos últimos anos, o bairro da Barra Funda tem passado por significativas transformações que refletem tanto a evolução urbana quanto as mudanças sociais e econômicas da cidade de São Paulo. Um dos marcos dessa transformação foi a desativação do Playcenter, um famoso parque de diversões que operou por décadas na região. O fechamento do Playcenter em 2012 marcou o fim de uma era, mas também abriu espaço para novos empreendimentos e iniciativas que visam revitalizar a área.[15] Um dos projetos mais notáveis que surgiram após a desativação do parque é o Jardim das Perdizes, um empreendimento que visa transformar a antiga área do Playcenter em um espaço residencial e comercial moderno. Este projeto é parte de uma tendência maior de revitalização urbana que busca integrar áreas anteriormente subutilizadas à dinâmica da cidade, promovendo um ambiente mais sustentável e acessível.[16][17] Além disso, a construção do Terminal Intermodal Barra Funda consolidou a região como um importante hub de transporte, facilitando o acesso a diferentes modalidades de transporte público, como metrô, trens e ônibus. Essa infraestrutura não apenas melhora a mobilidade dos moradores, mas também torna o bairro mais atrativo para empresas e novos empreendimentos.[18] A Barra Funda continua a ser um centro cultural vibrante. O Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer, permanece como um dos principais pontos de atração do bairro, promovendo eventos culturais, exposições e atividades que celebram a diversidade latino-americana. O bairro também abriga o Theatro São Pedro, que, datado de 1917, é um importante espaço para a cena teatral paulistana.[18] Nos últimos anos, a Barra Funda tem visto um aumento na oferta de espaços de lazer e entretenimento, com a revitalização de áreas públicas e a criação de novos centros comerciais. O Shopping West Plaza e o Parque da Água Branca são exemplos de locais que oferecem opções de compras e lazer para os moradores e visitantes.[11][8] O bairro é classificado pelo CRECI como "Zona de Valor C", assim como outros bairros da capital como Santana e Tatuapé.[19] Apesar das melhorias, a Barra Funda enfrenta desafios, como a gentrificação, que pode levar ao aumento dos preços dos imóveis e à deslocação de moradores de longa data. A chegada de novos empreendimentos e a valorização da área podem criar tensões entre os antigos e novos moradores, exigindo um planejamento urbano cuidadoso para garantir que o desenvolvimento beneficie a todos.[9] BibliografiaBarra Funda é um bairro situado em parte na zona oeste do município de São Paulo, pertencente ao distrito da Barra Funda,[2][3] e em parte ao distrito de Santa Cecília, na zona central da cidade. É famoso por ser o bairro das escolas de samba Mancha Verde e Camisa Verde e Branco, e o local onde também se situa a sede da rede de televisão RecordTV, bem como o Memorial da América Latina, os centros de treinamento dos times de futebol Palmeiras e São Paulo. É atendido pela linha 3 do Metrô e pelas linhas 7 e 8 do Trem Metropolitano. História e formação O bairro da Barra Funda está inserido na área central de São Paulo, cuja origem é bastante interessante e remonta à fundação do Colégio pelos Jesuítas, em 1554. A posição geográfica privilegiada da cidade propiciou que se estabelecesse como centro de intenso intercâmbio econômico entre o planalto paulista e o litoral, além de ser um ponto central do sistema de comunicações, onde todos os caminhos, tanto terrestres quanto fluviais, se articulavam.[4] O processo de ocupação da área central da cidade, assim como as profundas transformações verificadas nos séculos XIX e XX, refletem as diversas fases da evolução urbana de São Paulo. Em meados do século XIX, a cidade era ainda bastante modesta, com a parte compacta restrita à extremidade do esporão que corresponde à confluência Tamanduateí-Anhangabaú, a parte antiga do atual centro paulistano. A cidade era circundada por chácaras que formavam um cinturão de características suburbanas, com funções residenciais e agrícolas.[5] Avenida Francisco Matarazzo na década de 1920. Central Telefônica Palmeiras em 1928. Antiga residência do escritor Mário de Andrade. O crescimento e desenvolvimento de São Paulo nas últimas décadas do século XIX propiciaram a ocupação das várzeas dos rios na cidade e o surgimento de novos bairros. Chácaras foram loteadas e a construção de estações de trem trouxeram novas atividades econômicas para estas regiões.[5] O bairro da Barra Funda é um bom exemplo deste processo. Lá se localizava a Chácara do Carvalho, divisão do antigo sítio de propriedade do Barão de Iguape, que abrangia ainda parte da Casa Verde e da Freguesia do Ó.[4] Herdada por Antônio da Silva Prado, a sede da Chácara foi encomendada a Luigi Puci em 1890, pouco tempo antes de suas terras serem loteadas.[6] A ocupação do bairro está estreitamente ligada à construção de estradas de ferro para escoamento da produção do café na cidade.[7] Em 1875, a estação Barra Funda da Estrada de Ferro Sorocabana foi inaugurada, integrando o primeiro trecho da linha.[7] A estação permaneceu como depósito e armazém de produtos transportados entre o porto e o interior até os anos 20, quando passou a transportar passageiros. Já a estação da São Paulo Railway, inaugurada em 1892, bem próxima à estação da Sorocabana, atendeu desde o início à crescente população do bairro, atraída pela demanda de trabalho gerada nos armazéns das ferrovias e de particulares.[6] Os primeiros habitantes da Barra Funda, após o loteamento da chácara, foram imigrantes italianos. Além dos trabalhos relacionados à ferrovia, estabeleceram em suas casas serrarias e oficinas mecânicas que atendiam à população abastada dos Campos Elíseos.[4] Porém, o que mais marca sua presença na Barra Funda é a construção civil. Até hoje, a maior parte das casas do bairro possui uma arquitetura simples com algumas características em comum: construções geminadas que possuem uma entrada lateral, uma fileira de cômodos, uma cozinha, um quintal e um porão. Esta arquitetura é conhecida como "ponta de chuva", por serem as casas traçadas pelos capomastri (mestres de obras) italianos com a ponta de um guarda-chuva na terra no início da construção.[8][9] No início do século XX, as características do bairro começaram a mudar. A população, que era predominantemente branca, passou a receber os primeiros negros, presença que se intensificou nas décadas seguintes.[10] O sistema de transportes da região foi contemplado, em 1902, com o primeiro bonde elétrico de São Paulo, que ligava a Barra Funda ao Largo São Bento.[4] Acompanhando o trajeto do bonde, ruas como Barra Funda, Brigadeiro Galvão e Anhanguera, onde se localizava o ponto final, aglutinaram atividades comerciais e de serviços. O desenvolvimento deste polo comercial, assim como sua proximidade dos bairros Higienópolis e Campos Elíseos, atraiu alguns representantes da classe média cafeeira e industriais que nesta região passaram a residir, enquanto estabeleciam suas indústrias do outro lado do bairro, a Barra Funda de baixo.[11][6] Theatro São Pedro de 1917. E.E. Conselheiro Antônio Prado em 1929. Antonio Ferrigno - Estação Barra Funda. A divisão do bairro data da construção das linhas de trem que separaram a região localizada entre a linha de trem e a Marginal Tietê (Barra Funda de baixo) e a localizada entre a linha de trem e os Campos Elíseos (Barra Funda de cima). Por muito tempo, foram ligadas por duas porteiras, uma na rua Anhanguera e outra na rua Assis.[4] A parte de cima até hoje goza de maior infraestrutura e poder aquisitivo.[12] Diante da infraestrutura que o bairro possuía e da concentração de mão-de-obra, as primeiras décadas do século XX assistiram a uma ocupação industrial impressionante.[7] Além das indústrias instaladas na própria Barra Funda, na Água Branca, um grande parque industrial foi erguido na década de 1920: as Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo.[10] Com uma área de 100 mil metros quadrados, reuniam diversas atividades industriais e empregavam um grande número de moradores do bairro. Até uma estação de trem da São Paulo Railway foi construída nas mediações do parque industrial para o escoamento do que ali era produzido.[10] No entanto, o desenvolvimento econômico da região seria abalado pela Grande Depressão. Os casarões da antiga classe média cafeeira foram abandonados e, com o tempo, se transformaram em cortiços. Indústrias fecharam ou transferiram suas atividades. Ao bairro restaram as oficinas mecânicas, serrarias, marcenarias e indústrias alimentícias ou têxteis de pequeno porte.[4] No plano cultural, este período marcaria a história da música nacional.[13] A região é considerada um dos berços do samba paulista. O Largo da Banana era o ponto de encontro para os sambas de rodas, rodas de tiririca (capoeira) e serestas.[13] Conhecido assim pela venda de cachos de banana, o largo é louvado em sambas conhecidos, como nas letras de Geraldo Filme. Lá foi fundado por Dionísio Barbosa o primeiro cordão carnavalesco paulista, o Grupo Carnavalesco Barra Funda.[4] Formado por membros da população negra que se sentiam excluídos da Festa do Momo, o grupo teve que paralisar suas atividades nos anos 40 por problemas políticos.[9] Reorganizado como Camisa Verde por Inocêncio Tobias, foi perseguido pela polícia política de Vargas, confundido como simpatizante do Partido Integralista, até a alteração do nome para Camisa Verde e Branco. O primeiro desfile do grupo data de 1954, na comemoração do Quarto Centenário da cidade de São Paulo.[13][14] Terminal Intermodal Barra Funda de 1989. Playcenter inaugurado em 1973. Os anos 1970 marcam a chegada dos migrantes nordestinos ao bairro. O polo industrial ali localizado nas primeiras décadas do século sofreu um processo crescente de refluxo com o fechamento, transferência ou falências das unidades produtoras, o que propiciou uma maior ocupação residencial do bairro com a chegada dos novos habitantes.[15] No início dos anos 1980, o setor industrial se apresentava quase reduzido a zero na região.[14] Porém, a partir de 1989, as coisas começaram a mudar. Foi inaugurado o Terminal Intermodal Barra Funda, que reúne todas as modalidades do transporte coletivo (metrô, trens de passageiros das antigas linhas Sorocabana e Santos-Jundiaí sob a administração da CPTM, transporte rodoviário, ônibus municipais e intermunicipais).[7] No mesmo ano, no antigo Largo da Banana, foi inaugurado o Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer. Estas transformações trouxeram nova vida ao bairro. Muitas casas deram lugar a estabelecimentos comerciais, prédios de negócios se instalaram e imóveis antigos foram revitalizados.[12] Em 1995, a Rede Record ali se estabeleceu e, em suas proximidades, o Parque Industrial Thomas Edison e o Centro Empresarial Água Branca foram inaugurados em 2001.[11] No campo cultural e de entretenimento, além do Memorial da América Latina, o bairro possui um galpão de exposições onde funciona regularmente o Mercado Mundo Mix, que reúne confecções e artigos de decoração de novos designers, o Theatro São Pedro, datado de 1917, e o Parque de Diversões Playcenter. Nos arredores se localizam também o Shopping West Plaza, o Parque Antártica, o Galpão Fábrica, o Parque da Água Branca e o Sesc Pompéia.[15] Atualidade Memorial e edifícios localizados nas adjacências do Terminal. Rede Record de Televisão. Edifícios residenciais modernos do bairro. Nos últimos anos, o bairro da Barra Funda tem passado por significativas transformações que refletem tanto a evolução urbana quanto as mudanças sociais e econômicas da cidade de São Paulo. Um dos marcos dessa transformação foi a desativação do Playcenter, um famoso parque de diversões que operou por décadas na região. O fechamento do Playcenter em 2012 marcou o fim de uma era, mas também abriu espaço para novos empreendimentos e iniciativas que visam revitalizar a área.[15] Um dos projetos mais notáveis que surgiram após a desativação do parque é o Jardim das Perdizes, um empreendimento que visa transformar a antiga área do Playcenter em um espaço residencial e comercial moderno. Este projeto é parte de uma tendência maior de revitalização urbana que busca integrar áreas anteriormente subutilizadas à dinâmica da cidade, promovendo um ambiente mais sustentável e acessível.[16][17] Além disso, a construção do Terminal Intermodal Barra Funda consolidou a região como um importante hub de transporte, facilitando o acesso a diferentes modalidades de transporte público, como metrô, trens e ônibus. Essa infraestrutura não apenas melhora a mobilidade dos moradores, mas também torna o bairro mais atrativo para empresas e novos empreendimentos.[18] A Barra Funda continua a ser um centro cultural vibrante. O Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer, permanece como um dos principais pontos de atração do bairro, promovendo eventos culturais, exposições e atividades que celebram a diversidade latino-americana. O bairro também abriga o Theatro São Pedro, que, datado de 1917, é um importante espaço para a cena teatral paulistana.[18] Nos últimos anos, a Barra Funda tem visto um aumento na oferta de espaços de lazer e entretenimento, com a revitalização de áreas públicas e a criação de novos centros comerciais. O Shopping West Plaza e o Parque da Água Branca são exemplos de locais que oferecem opções de compras e lazer para os moradores e visitantes.[11][8] O bairro é classificado pelo CRECI como "Zona de Valor C", assim como outros bairros da capital como Santana e Tatuapé.[19] Apesar das melhorias, a Barra Funda enfrenta desafios, como a gentrificação, que pode levar ao aumento dos preços dos imóveis e à deslocação de moradores de longa data. A chegada de novos empreendimentos e a valorização da área podem criar tensões entre os antigos e novos moradores, exigindo um planejamento urbano cuidadoso para garantir que o desenvolvimento beneficie a todos.[9] BibliografiaBarra Funda é um bairro situado em parte na zona oeste do município de São Paulo, pertencente ao distrito da Barra Funda,[2][3] e em parte ao distrito de Santa Cecília, na zona central da cidade. É famoso por ser o bairro das escolas de samba Mancha Verde e Camisa Verde e Branco, e o local onde também se situa a sede da rede de televisão RecordTV, bem como o Memorial da América Latina, os centros de treinamento dos times de futebol Palmeiras e São Paulo. É atendido pela linha 3 do Metrô e pelas linhas 7 e 8 do Trem Metropolitano. História e formação O bairro da Barra Funda está inserido na área central de São Paulo, cuja origem é bastante interessante e remonta à fundação do Colégio pelos Jesuítas, em 1554. A posição geográfica privilegiada da cidade propiciou que se estabelecesse como centro de intenso intercâmbio econômico entre o planalto paulista e o litoral, além de ser um ponto central do sistema de comunicações, onde todos os caminhos, tanto terrestres quanto fluviais, se articulavam.[4] O processo de ocupação da área central da cidade, assim como as profundas transformações verificadas nos séculos XIX e XX, refletem as diversas fases da evolução urbana de São Paulo. Em meados do século XIX, a cidade era ainda bastante modesta, com a parte compacta restrita à extremidade do esporão que corresponde à confluência Tamanduateí-Anhangabaú, a parte antiga do atual centro paulistano. A cidade era circundada por chácaras que formavam um cinturão de características suburbanas, com funções residenciais e agrícolas.[5] Avenida Francisco Matarazzo na década de 1920. Central Telefônica Palmeiras em 1928. Antiga residência do escritor Mário de Andrade. O crescimento e desenvolvimento de São Paulo nas últimas décadas do século XIX propiciaram a ocupação das várzeas dos rios na cidade e o surgimento de novos bairros. Chácaras foram loteadas e a construção de estações de trem trouxeram novas atividades econômicas para estas regiões.[5] O bairro da Barra Funda é um bom exemplo deste processo. Lá se localizava a Chácara do Carvalho, divisão do antigo sítio de propriedade do Barão de Iguape, que abrangia ainda parte da Casa Verde e da Freguesia do Ó.[4] Herdada por Antônio da Silva Prado, a sede da Chácara foi encomendada a Luigi Puci em 1890, pouco tempo antes de suas terras serem loteadas.[6] A ocupação do bairro está estreitamente ligada à construção de estradas de ferro para escoamento da produção do café na cidade.[7] Em 1875, a estação Barra Funda da Estrada de Ferro Sorocabana foi inaugurada, integrando o primeiro trecho da linha.[7] A estação permaneceu como depósito e armazém de produtos transportados entre o porto e o interior até os anos 20, quando passou a transportar passageiros. Já a estação da São Paulo Railway, inaugurada em 1892, bem próxima à estação da Sorocabana, atendeu desde o início à crescente população do bairro, atraída pela demanda de trabalho gerada nos armazéns das ferrovias e de particulares.[6] Os primeiros habitantes da Barra Funda, após o loteamento da chácara, foram imigrantes italianos. Além dos trabalhos relacionados à ferrovia, estabeleceram em suas casas serrarias e oficinas mecânicas que atendiam à população abastada dos Campos Elíseos.[4] Porém, o que mais marca sua presença na Barra Funda é a construção civil. Até hoje, a maior parte das casas do bairro possui uma arquitetura simples com algumas características em comum: construções geminadas que possuem uma entrada lateral, uma fileira de cômodos, uma cozinha, um quintal e um porão. Esta arquitetura é conhecida como "ponta de chuva", por serem as casas traçadas pelos capomastri (mestres de obras) italianos com a ponta de um guarda-chuva na terra no início da construção.[8][9] No início do século XX, as características do bairro começaram a mudar. A população, que era predominantemente branca, passou a receber os pSão Paulo - SP1 Dormitório com armário; Banheiro com box blindex; Living em 2 ambientes; Cozinha com armários planejados, integrada a sala, com fogão Cooktop dividindo a sala da cozinha; Terraço integrado ao dormitório e living; 1 Vaga de garagem Barra Funda é um bairro situado em parte na zona oeste do município de São Paulo, pertencente ao distrito da Barra Funda,[2][3] e em parte ao distrito de Santa Cecília, na zona central da cidade. É famoso por ser o bairro das escolas de samba Mancha Verde e Camisa Verde e Branco, e o local onde também se situa a sede da rede de televisão RecordTV, bem como o Memorial da América Latina, os centros de treinamento dos times de futebol Palmeiras e São Paulo. É atendido pela linha 3 do Metrô e pelas linhas 7 e 8 do Trem Metropolitano. História e formação O bairro da Barra Funda está inserido na área central de São Paulo, cuja origem é bastante interessante e remonta à fundação do Colégio pelos Jesuítas, em 1554. A posição geográfica privilegiada da cidade propiciou que se estabelecesse como centro de intenso intercâmbio econômico entre o planalto paulista e o litoral, além de ser um ponto central do sistema de comunicações, onde todos os caminhos, tanto terrestres quanto fluviais, se articulavam.[4] O processo de ocupação da área central da cidade, assim como as profundas transformações verificadas nos séculos XIX e XX, refletem as diversas fases da evolução urbana de São Paulo. Em meados do século XIX, a cidade era ainda bastante modesta, com a parte compacta restrita à extremidade do esporão que corresponde à confluência Tamanduateí-Anhangabaú, a parte antiga do atual centro paulistano. A cidade era circundada por chácaras que formavam um cinturão de características suburbanas, com funções residenciais e agrícolas.[5] Avenida Francisco Matarazzo na década de 1920. Central Telefônica Palmeiras em 1928. Antiga residência do escritor Mário de Andrade. O crescimento e desenvolvimento de São Paulo nas últimas décadas do século XIX propiciaram a ocupação das várzeas dos rios na cidade e o surgimento de novos bairros. Chácaras foram loteadas e a construção de estações de trem trouxeram novas atividades econômicas para estas regiões.[5] O bairro da Barra Funda é um bom exemplo deste processo. Lá se localizava a Chácara do Carvalho, divisão do antigo sítio de propriedade do Barão de Iguape, que abrangia ainda parte da Casa Verde e da Freguesia do Ó.[4] Herdada por Antônio da Silva Prado, a sede da Chácara foi encomendada a Luigi Puci em 1890, pouco tempo antes de suas terras serem loteadas.[6] A ocupação do bairro está estreitamente ligada à construção de estradas de ferro para escoamento da produção do café na cidade.[7] Em 1875, a estação Barra Funda da Estrada de Ferro Sorocabana foi inaugurada, integrando o primeiro trecho da linha.[7] A estação permaneceu como depósito e armazém de produtos transportados entre o porto e o interior até os anos 20, quando passou a transportar passageiros. Já a estação da São Paulo Railway, inaugurada em 1892, bem próxima à estação da Sorocabana, atendeu desde o início à crescente população do bairro, atraída pela demanda de trabalho gerada nos armazéns das ferrovias e de particulares.[6] Os primeiros habitantes da Barra Funda, após o loteamento da chácara, foram imigrantes italianos. Além dos trabalhos relacionados à ferrovia, estabeleceram em suas casas serrarias e oficinas mecânicas que atendiam à população abastada dos Campos Elíseos.[4] Porém, o que mais marca sua presença na Barra Funda é a construção civil. Até hoje, a maior parte das casas do bairro possui uma arquitetura simples com algumas características em comum: construções geminadas que possuem uma entrada lateral, uma fileira de cômodos, uma cozinha, um quintal e um porão. Esta arquitetura é conhecida como "ponta de chuva", por serem as casas traçadas pelos capomastri (mestres de obras) italianos com a ponta de um guarda-chuva na terra no início da construção.[8][9] No início do século XX, as características do bairro começaram a mudar. A população, que era predominantemente branca, passou a receber os primeiros negros, presença que se intensificou nas décadas seguintes.[10] O sistema de transportes da região foi contemplado, em 1902, com o primeiro bonde elétrico de São Paulo, que ligava a Barra Funda ao Largo São Bento.[4] Acompanhando o trajeto do bonde, ruas como Barra Funda, Brigadeiro Galvão e Anhanguera, onde se localizava o ponto final, aglutinaram atividades comerciais e de serviços. O desenvolvimento deste polo comercial, assim como sua proximidade dos bairros Higienópolis e Campos Elíseos, atraiu alguns representantes da classe média cafeeira e industriais que nesta região passaram a residir, enquanto estabeleciam suas indústrias do outro lado do bairro, a Barra Funda de baixo.[11][6] Theatro São Pedro de 1917. E.E. Conselheiro Antônio Prado em 1929. Antonio Ferrigno - Estação Barra Funda. A divisão do bairro data da construção das linhas de trem que separaram a região localizada entre a linha de trem e a Marginal Tietê (Barra Funda de baixo) e a localizada entre a linha de trem e os Campos Elíseos (Barra Funda de cima). Por muito tempo, foram ligadas por duas porteiras, uma na rua Anhanguera e outra na rua Assis.[4] A parte de cima até hoje goza de maior infraestrutura e poder aquisitivo.[12] Diante da infraestrutura que o bairro possuía e da concentração de mão-de-obra, as primeiras décadas do século XX assistiram a uma ocupação industrial impressionante.[7] Além das indústrias instaladas na própria Barra Funda, na Água Branca, um grande parque industrial foi erguido na década de 1920: as Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo.[10] Com uma área de 100 mil metros quadrados, reuniam diversas atividades industriais e empregavam um grande número de moradores do bairro. Até uma estação de trem da São Paulo Railway foi construída nas mediações do parque industrial para o escoamento do que ali era produzido.[10] No entanto, o desenvolvimento econômico da região seria abalado pela Grande Depressão. Os casarões da antiga classe média cafeeira foram abandonados e, com o tempo, se transformaram em cortiços. Indústrias fecharam ou transferiram suas atividades. Ao bairro restaram as oficinas mecânicas, serrarias, marcenarias e indústrias alimentícias ou têxteis de pequeno porte.[4] No plano cultural, este período marcaria a história da música nacional.[13] A região é considerada um dos berços do samba paulista. O Largo da Banana era o ponto de encontro para os sambas de rodas, rodas de tiririca (capoeira) e serestas.[13] Conhecido assim pela venda de cachos de banana, o largo é louvado em sambas conhecidos, como nas letras de Geraldo Filme. Lá foi fundado por Dionísio Barbosa o primeiro cordão carnavalesco paulista, o Grupo Carnavalesco Barra Funda.[4] Formado por membros da população negra que se sentiam excluídos da Festa do Momo, o grupo teve que paralisar suas atividades nos anos 40 por problemas políticos.[9] Reorganizado como Camisa Verde por Inocêncio Tobias, foi perseguido pela polícia política de Vargas, confundido como simpatizante do Partido Integralista, até a alteração do nome para Camisa Verde e Branco. O primeiro desfile do grupo data de 1954, na comemoração do Quarto Centenário da cidade de São Paulo.[13][14] Terminal Intermodal Barra Funda de 1989. Playcenter inaugurado em 1973. Os anos 1970 marcam a chegada dos migrantes nordestinos ao bairro. O polo industrial ali localizado nas primeiras décadas do século sofreu um processo crescente de refluxo com o fechamento, transferência ou falências das unidades produtoras, o que propiciou uma maior ocupação residencial do bairro com a chegada dos novos habitantes.[15] No início dos anos 1980, o setor industrial se apresentava quase reduzido a zero na região.[14] Porém, a partir de 1989, as coisas começaram a mudar. Foi inaugurado o Terminal Intermodal Barra Funda, que reúne todas as modalidades do transporte coletivo (metrô, trens de passageiros das antigas linhas Sorocabana e Santos-Jundiaí sob a administração da CPTM, transporte rodoviário, ônibus municipais e intermunicipais).[7] No mesmo ano, no antigo Largo da Banana, foi inaugurado o Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer. Estas transformações trouxeram nova vida ao bairro. Muitas casas deram lugar a estabelecimentos comerciais, prédios de negócios se instalaram e imóveis antigos foram revitalizados.[12] Em 1995, a Rede Record ali se estabeleceu e, em suas proximidades, o Parque Industrial Thomas Edison e o Centro Empresarial Água Branca foram inaugurados em 2001.[11] No campo cultural e de entretenimento, além do Memorial da América Latina, o bairro possui um galpão de exposições onde funciona regularmente o Mercado Mundo Mix, que reúne confecções e artigos de decoração de novos designers, o Theatro São Pedro, datado de 1917, e o Parque de Diversões Playcenter. Nos arredores se localizam também o Shopping West Plaza, o Parque Antártica, o Galpão Fábrica, o Parque da Água Branca e o Sesc Pompéia.[15] Atualidade Memorial e edifícios localizados nas adjacências do Terminal. Rede Record de Televisão. Edifícios residenciais modernos do bairro. Nos últimos anos, o bairro da Barra Funda tem passado por significativas transformações que refletem tanto a evolução urbana quanto as mudanças sociais e econômicas da cidade de São Paulo. Um dos marcos dessa transformação foi a desativação do Playcenter, um famoso parque de diversões que operou por décadas na região. O fechamento do Playcenter em 2012 marcou o fim de uma era, mas também abriu espaço para novos empreendimentos e iniciativas que visam revitalizar a área.[15] Um dos projetos mais notáveis que surgiram após a desativação do parque é o Jardim das Perdizes, um empreendimento que visa transformar a antiga área do Playcenter em um espaço residencial e comercial moderno. Este projeto é parte de uma tendência maior de revitalização urbana que busca integrar áreas anteriormente subutilizadas à dinâmica da cidade, promovendo um ambiente mais sustentável e acessível.[16][17] Além disso, a construção do Terminal Intermodal Barra Funda consolidou a região como um importante hub de transporte, facilitando o acesso a diferentes modalidades de transporte público, como metrô, trens e ônibus. Essa infraestrutura não apenas melhora a mobilidade dos moradores, mas também torna o bairro mais atrativo para empresas e novos empreendimentos.[18] A Barra Funda continua a ser um centro cultural vibrante. O Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer, permanece como um dos principais pontos de atração do bairro, promovendo eventos culturais, exposições e atividades que celebram a diversidade latino-americana. O bairro também abriga o Theatro São Pedro, que, datado de 1917, é um importante espaço para a cena teatral paulistana.[18] Nos últimos anos, a Barra Funda tem visto um aumento na oferta de espaços de lazer e entretenimento, com a revitalização de áreas públicas e a criação de novos centros comerciais. O Shopping West Plaza e o Parque da Água Branca são exemplos de locais que oferecem opções de compras e lazer para os moradores e visitantes.[11][8] O bairro é classificado pelo CRECI como "Zona de Valor C", assim como outros bairros da capital como Santana e Tatuapé.[19] Apesar das melhorias, a Barra Funda enfrenta desafios, como a gentrificação, que pode levar ao aumento dos preços dos imóveis e à deslocação de moradores de longa data. A chegada de novos empreendimentos e a valorização da área podem criar tensões entre os antigos e novos moradores, exigindo um planejamento urbano cuidadoso para garantir que o desenvolvimento beneficie a todos.[9] BibliografiaBarra Funda é um bairro situado em parte na zona oeste do município de São Paulo, pertencente ao distrito da Barra Funda,[2][3] e em parte ao distrito de Santa Cecília, na zona central da cidade. É famoso por ser o bairro das escolas de samba Mancha Verde e Camisa Verde e Branco, e o local onde também se situa a sede da rede de televisão RecordTV, bem como o Memorial da América Latina, os centros de treinamento dos times de futebol Palmeiras e São Paulo. É atendido pela linha 3 do Metrô e pelas linhas 7 e 8 do Trem Metropolitano. História e formação O bairro da Barra Funda está inserido na área central de São Paulo, cuja origem é bastante interessante e remonta à fundação do Colégio pelos Jesuítas, em 1554. A posição geográfica privilegiada da cidade propiciou que se estabelecesse como centro de intenso intercâmbio econômico entre o planalto paulista e o litoral, além de ser um ponto central do sistema de comunicações, onde todos os caminhos, tanto terrestres quanto fluviais, se articulavam.[4] O processo de ocupação da área central da cidade, assim como as profundas transformações verificadas nos séculos XIX e XX, refletem as diversas fases da evolução urbana de São Paulo. Em meados do século XIX, a cidade era ainda bastante modesta, com a parte compacta restrita à extremidade do esporão que corresponde à confluência Tamanduateí-Anhangabaú, a parte antiga do atual centro paulistano. A cidade era circundada por chácaras que formavam um cinturão de características suburbanas, com funções residenciais e agrícolas.[5] Avenida Francisco Matarazzo na década de 1920. Central Telefônica Palmeiras em 1928. Antiga residência do escritor Mário de Andrade. O crescimento e desenvolvimento de São Paulo nas últimas décadas do século XIX propiciaram a ocupação das várzeas dos rios na cidade e o surgimento de novos bairros. Chácaras foram loteadas e a construção de estações de trem trouxeram novas atividades econômicas para estas regiões.[5] O bairro da Barra Funda é um bom exemplo deste processo. Lá se localizava a Chácara do Carvalho, divisão do antigo sítio de propriedade do Barão de Iguape, que abrangia ainda parte da Casa Verde e da Freguesia do Ó.[4] Herdada por Antônio da Silva Prado, a sede da Chácara foi encomendada a Luigi Puci em 1890, pouco tempo antes de suas terras serem loteadas.[6] A ocupação do bairro está estreitamente ligada à construção de estradas de ferro para escoamento da produção do café na cidade.[7] Em 1875, a estação Barra Funda da Estrada de Ferro Sorocabana foi inaugurada, integrando o primeiro trecho da linha.[7] A estação permaneceu como depósito e armazém de produtos transportados entre o porto e o interior até os anos 20, quando passou a transportar passageiros. Já a estação da São Paulo Railway, inaugurada em 1892, bem próxima à estação da Sorocabana, atendeu desde o início à crescente população do bairro, atraída pela demanda de trabalho gerada nos armazéns das ferrovias e de particulares.[6] Os primeiros habitantes da Barra Funda, após o loteamento da chácara, foram imigrantes italianos. Além dos trabalhos relacionados à ferrovia, estabeleceram em suas casas serrarias e oficinas mecânicas que atendiam à população abastada dos Campos Elíseos.[4] Porém, o que mais marca sua presença na Barra Funda é a construção civil. Até hoje, a maior parte das casas do bairro possui uma arquitetura simples com algumas características em comum: construções geminadas que possuem uma entrada lateral, uma fileira de cômodos, uma cozinha, um quintal e um porão. Esta arquitetura é conhecida como "ponta de chuva", por serem as casas traçadas pelos capomastri (mestres de obras) italianos com a ponta de um guarda-chuva na terra no início da construção.[8][9] No início do século XX, as características do bairro começaram a mudar. A população, que era predominantemente branca, passou a receber os primeiros negros, presença que se intensificou nas décadas seguintes.[10] O sistema de transportes da região foi contemplado, em 1902, com o primeiro bonde elétrico de São Paulo, que ligava a Barra Funda ao Largo São Bento.[4] Acompanhando o trajeto do bonde, ruas como Barra Funda, Brigadeiro Galvão e Anhanguera, onde se localizava o ponto final, aglutinaram atividades comerciais e de serviços. O desenvolvimento deste polo comercial, assim como sua proximidade dos bairros Higienópolis e Campos Elíseos, atraiu alguns representantes da classe média cafeeira e industriais que nesta região passaram a residir, enquanto estabeleciam suas indústrias do outro lado do bairro, a Barra Funda de baixo.[11][6] Theatro São Pedro de 1917. E.E. Conselheiro Antônio Prado em 1929. Antonio Ferrigno - Estação Barra Funda. A divisão do bairro data da construção das linhas de trem que separaram a região localizada entre a linha de trem e a Marginal Tietê (Barra Funda de baixo) e a localizada entre a linha de trem e os Campos Elíseos (Barra Funda de cima). Por muito tempo, foram ligadas por duas porteiras, uma na rua Anhanguera e outra na rua Assis.[4] A parte de cima até hoje goza de maior infraestrutura e poder aquisitivo.[12] Diante da infraestrutura que o bairro possuía e da concentração de mão-de-obra, as primeiras décadas do século XX assistiram a uma ocupação industrial impressionante.[7] Além das indústrias instaladas na própria Barra Funda, na Água Branca, um grande parque industrial foi erguido na década de 1920: as Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo.[10] Com uma área de 100 mil metros quadrados, reuniam diversas atividades industriais e empregavam um grande número de moradores do bairro. Até uma estação de trem da São Paulo Railway foi construída nas mediações do parque industrial para o escoamento do que ali era produzido.[10] No entanto, o desenvolvimento econômico da região seria abalado pela Grande Depressão. Os casarões da antiga classe média cafeeira foram abandonados e, com o tempo, se transformaram em cortiços. Indústrias fecharam ou transferiram suas atividades. Ao bairro restaram as oficinas mecânicas, serrarias, marcenarias e indústrias alimentícias ou têxteis de pequeno porte.[4] No plano cultural, este período marcaria a história da música nacional.[13] A região é considerada um dos berços do samba paulista. O Largo da Banana era o ponto de encontro para os sambas de rodas, rodas de tiririca (capoeira) e serestas.[13] Conhecido assim pela venda de cachos de banana, o largo é louvado em sambas conhecidos, como nas letras de Geraldo Filme. Lá foi fundado por Dionísio Barbosa o primeiro cordão carnavalesco paulista, o Grupo Carnavalesco Barra Funda.[4] Formado por membros da população negra que se sentiam excluídos da Festa do Momo, o grupo teve que paralisar suas atividades nos anos 40 por problemas políticos.[9] Reorganizado como Camisa Verde por Inocêncio Tobias, foi perseguido pela polícia política de Vargas, confundido como simpatizante do Partido Integralista, até a alteração do nome para Camisa Verde e Branco. O primeiro desfile do grupo data de 1954, na comemoração do Quarto Centenário da cidade de São Paulo.[13][14] Terminal Intermodal Barra Funda de 1989. Playcenter inaugurado em 1973. Os anos 1970 marcam a chegada dos migrantes nordestinos ao bairro. O polo industrial ali localizado nas primeiras décadas do século sofreu um processo crescente de refluxo com o fechamento, transferência ou falências das unidades produtoras, o que propiciou uma maior ocupação residencial do bairro com a chegada dos novos habitantes.[15] No início dos anos 1980, o setor industrial se apresentava quase reduzido a zero na região.[14] Porém, a partir de 1989, as coisas começaram a mudar. Foi inaugurado o Terminal Intermodal Barra Funda, que reúne todas as modalidades do transporte coletivo (metrô, trens de passageiros das antigas linhas Sorocabana e Santos-Jundiaí sob a administração da CPTM, transporte rodoviário, ônibus municipais e intermunicipais).[7] No mesmo ano, no antigo Largo da Banana, foi inaugurado o Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer. Estas transformações trouxeram nova vida ao bairro. Muitas casas deram lugar a estabelecimentos comerciais, prédios de negócios se instalaram e imóveis antigos foram revitalizados.[12] Em 1995, a Rede Record ali se estabeleceu e, em suas proximidades, o Parque Industrial Thomas Edison e o Centro Empresarial Água Branca foram inaugurados em 2001.[11] No campo cultural e de entretenimento, além do Memorial da América Latina, o bairro possui um galpão de exposições onde funciona regularmente o Mercado Mundo Mix, que reúne confecções e artigos de decoração de novos designers, o Theatro São Pedro, datado de 1917, e o Parque de Diversões Playcenter. Nos arredores se localizam também o Shopping West Plaza, o Parque Antártica, o Galpão Fábrica, o Parque da Água Branca e o Sesc Pompéia.[15] Atualidade Memorial e edifícios localizados nas adjacências do Terminal. Rede Record de Televisão. Edifícios residenciais modernos do bairro. Nos últimos anos, o bairro da Barra Funda tem passado por significativas transformações que refletem tanto a evolução urbana quanto as mudanças sociais e econômicas da cidade de São Paulo. Um dos marcos dessa transformação foi a desativação do Playcenter, um famoso parque de diversões que operou por décadas na região. O fechamento do Playcenter em 2012 marcou o fim de uma era, mas também abriu espaço para novos empreendimentos e iniciativas que visam revitalizar a área.[15] Um dos projetos mais notáveis que surgiram após a desativação do parque é o Jardim das Perdizes, um empreendimento que visa transformar a antiga área do Playcenter em um espaço residencial e comercial moderno. Este projeto é parte de uma tendência maior de revitalização urbana que busca integrar áreas anteriormente subutilizadas à dinâmica da cidade, promovendo um ambiente mais sustentável e acessível.[16][17] Além disso, a construção do Terminal Intermodal Barra Funda consolidou a região como um importante hub de transporte, facilitando o acesso a diferentes modalidades de transporte público, como metrô, trens e ônibus. Essa infraestrutura não apenas melhora a mobilidade dos moradores, mas também torna o bairro mais atrativo para empresas e novos empreendimentos.[18] A Barra Funda continua a ser um centro cultural vibrante. O Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer, permanece como um dos principais pontos de atração do bairro, promovendo eventos culturais, exposições e atividades que celebram a diversidade latino-americana. O bairro também abriga o Theatro São Pedro, que, datado de 1917, é um importante espaço para a cena teatral paulistana.[18] Nos últimos anos, a Barra Funda tem visto um aumento na oferta de espaços de lazer e entretenimento, com a revitalização de áreas públicas e a criação de novos centros comerciais. O Shopping West Plaza e o Parque da Água Branca são exemplos de locais que oferecem opções de compras e lazer para os moradores e visitantes.[11][8] O bairro é classificado pelo CRECI como "Zona de Valor C", assim como outros bairros da capital como Santana e Tatuapé.[19] Apesar das melhorias, a Barra Funda enfrenta desafios, como a gentrificação, que pode levar ao aumento dos preços dos imóveis e à deslocação de moradores de longa data. A chegada de novos empreendimentos e a valorização da área podem criar tensões entre os antigos e novos moradores, exigindo um planejamento urbano cuidadoso para garantir que o desenvolvimento beneficie a todos.[9] BibliografiaBarra Funda é um bairro situado em parte na zona oeste do município de São Paulo, pertencente ao distrito da Barra Funda,[2][3] e em parte ao distrito de Santa Cecília, na zona central da cidade. É famoso por ser o bairro das escolas de samba Mancha Verde e Camisa Verde e Branco, e o local onde também se situa a sede da rede de televisão RecordTV, bem como o Memorial da América Latina, os centros de treinamento dos times de futebol Palmeiras e São Paulo. É atendido pela linha 3 do Metrô e pelas linhas 7 e 8 do Trem Metropolitano. História e formação O bairro da Barra Funda está inserido na área central de São Paulo, cuja origem é bastante interessante e remonta à fundação do Colégio pelos Jesuítas, em 1554. A posição geográfica privilegiada da cidade propiciou que se estabelecesse como centro de intenso intercâmbio econômico entre o planalto paulista e o litoral, além de ser um ponto central do sistema de comunicações, onde todos os caminhos, tanto terrestres quanto fluviais, se articulavam.[4] O processo de ocupação da área central da cidade, assim como as profundas transformações verificadas nos séculos XIX e XX, refletem as diversas fases da evolução urbana de São Paulo. Em meados do século XIX, a cidade era ainda bastante modesta, com a parte compacta restrita à extremidade do esporão que corresponde à confluência Tamanduateí-Anhangabaú, a parte antiga do atual centro paulistano. A cidade era circundada por chácaras que formavam um cinturão de características suburbanas, com funções residenciais e agrícolas.[5] Avenida Francisco Matarazzo na década de 1920. Central Telefônica Palmeiras em 1928. Antiga residência do escritor Mário de Andrade. O crescimento e desenvolvimento de São Paulo nas últimas décadas do século XIX propiciaram a ocupação das várzeas dos rios na cidade e o surgimento de novos bairros. Chácaras foram loteadas e a construção de estações de trem trouxeram novas atividades econômicas para estas regiões.[5] O bairro da Barra Funda é um bom exemplo deste processo. Lá se localizava a Chácara do Carvalho, divisão do antigo sítio de propriedade do Barão de Iguape, que abrangia ainda parte da Casa Verde e da Freguesia do Ó.[4] Herdada por Antônio da Silva Prado, a sede da Chácara foi encomendada a Luigi Puci em 1890, pouco tempo antes de suas terras serem loteadas.[6] A ocupação do bairro está estreitamente ligada à construção de estradas de ferro para escoamento da produção do café na cidade.[7] Em 1875, a estação Barra Funda da Estrada de Ferro Sorocabana foi inaugurada, integrando o primeiro trecho da linha.[7] A estação permaneceu como depósito e armazém de produtos transportados entre o porto e o interior até os anos 20, quando passou a transportar passageiros. Já a estação da São Paulo Railway, inaugurada em 1892, bem próxima à estação da Sorocabana, atendeu desde o início à crescente população do bairro, atraída pela demanda de trabalho gerada nos armazéns das ferrovias e de particulares.[6] Os primeiros habitantes da Barra Funda, após o loteamento da chácara, foram imigrantes italianos. Além dos trabalhos relacionados à ferrovia, estabeleceram em suas casas serrarias e oficinas mecânicas que atendiam à população abastada dos Campos Elíseos.[4] Porém, o que mais marca sua presença na Barra Funda é a construção civil. Até hoje, a maior parte das casas do bairro possui uma arquitetura simples com algumas características em comum: construções geminadas que possuem uma entrada lateral, uma fileira de cômodos, uma cozinha, um quintal e um porão. Esta arquitetura é conhecida como "ponta de chuva", por serem as casas traçadas pelos capomastri (mestres de obras) italianos com a ponta de um guarda-chuva na terra no início da construção.[8][9] No início do século XX, as características do bairro começaram a mudar. A população, que era predominantemente branca, passou a receber os primeiros negros, presença que se intensificou nas décadas seguintes.[10] O sistema de transportes da região foi contemplado, em 1902, com o primeiro bonde elétrico de São Paulo, que ligava a Barra Funda ao Largo São Bento.[4] Acompanhando o trajeto do bonde, ruas como Barra Funda, Brigadeiro Galvão e Anhanguera, onde se localizava o ponto final, aglutinaram atividades comerciais e de serviços. O desenvolvimento deste polo comercial, assim como sua proximidade dos bairros Higienópolis e Campos Elíseos, atraiu alguns representantes da classe média cafeeira e industriais que nesta região passaram a residir, enquanto estabeleciam suas indústrias do outro lado do bairro, a Barra Funda de baixo.[11][6] Theatro São Pedro de 1917. E.E. Conselheiro Antônio Prado em 1929. Antonio Ferrigno - Estação Barra Funda. A divisão do bairro data da construção das linhas de trem que separaram a região localizada entre a linha de trem e a Marginal Tietê (Barra Funda de baixo) e a localizada entre a linha de trem e os Campos Elíseos (Barra Funda de cima). Por muito tempo, foram ligadas por duas porteiras, uma na rua Anhanguera e outra na rua Assis.[4] A parte de cima até hoje goza de maior infraestrutura e poder aquisitivo.[12] Diante da infraestrutura que o bairro possuía e da concentração de mão-de-obra, as primeiras décadas do século XX assistiram a uma ocupação industrial impressionante.[7] Além das indústrias instaladas na própria Barra Funda, na Água Branca, um grande parque industrial foi erguido na década de 1920: as Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo.[10] Com uma área de 100 mil metros quadrados, reuniam diversas atividades industriais e empregavam um grande número de moradores do bairro. Até uma estação de trem da São Paulo Railway foi construída nas mediações do parque industrial para o escoamento do que ali era produzido.[10] No entanto, o desenvolvimento econômico da região seria abalado pela Grande Depressão. Os casarões da antiga classe média cafeeira foram abandonados e, com o tempo, se transformaram em cortiços. Indústrias fecharam ou transferiram suas atividades. Ao bairro restaram as oficinas mecânicas, serrarias, marcenarias e indústrias alimentícias ou têxteis de pequeno porte.[4] No plano cultural, este período marcaria a história da música nacional.[13] A região é considerada um dos berços do samba paulista. O Largo da Banana era o ponto de encontro para os sambas de rodas, rodas de tiririca (capoeira) e serestas.[13] Conhecido assim pela venda de cachos de banana, o largo é louvado em sambas conhecidos, como nas letras de Geraldo Filme. Lá foi fundado por Dionísio Barbosa o primeiro cordão carnavalesco paulista, o Grupo Carnavalesco Barra Funda.[4] Formado por membros da população negra que se sentiam excluídos da Festa do Momo, o grupo teve que paralisar suas atividades nos anos 40 por problemas políticos.[9] Reorganizado como Camisa Verde por Inocêncio Tobias, foi perseguido pela polícia política de Vargas, confundido como simpatizante do Partido Integralista, até a alteração do nome para Camisa Verde e Branco. O primeiro desfile do grupo data de 1954, na comemoração do Quarto Centenário da cidade de São Paulo.[13][14] Terminal Intermodal Barra Funda de 1989. Playcenter inaugurado em 1973. Os anos 1970 marcam a chegada dos migrantes nordestinos ao bairro. O polo industrial ali localizado nas primeiras décadas do século sofreu um processo crescente de refluxo com o fechamento, transferência ou falências das unidades produtoras, o que propiciou uma maior ocupação residencial do bairro com a chegada dos novos habitantes.[15] No início dos anos 1980, o setor industrial se apresentava quase reduzido a zero na região.[14] Porém, a partir de 1989, as coisas começaram a mudar. Foi inaugurado o Terminal Intermodal Barra Funda, que reúne todas as modalidades do transporte coletivo (metrô, trens de passageiros das antigas linhas Sorocabana e Santos-Jundiaí sob a administração da CPTM, transporte rodoviário, ônibus municipais e intermunicipais).[7] No mesmo ano, no antigo Largo da Banana, foi inaugurado o Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer. Estas transformações trouxeram nova vida ao bairro. Muitas casas deram lugar a estabelecimentos comerciais, prédios de negócios se instalaram e imóveis antigos foram revitalizados.[12] Em 1995, a Rede Record ali se estabeleceu e, em suas proximidades, o Parque Industrial Thomas Edison e o Centro Empresarial Água Branca foram inaugurados em 2001.[11] No campo cultural e de entretenimento, além do Memorial da América Latina, o bairro possui um galpão de exposições onde funciona regularmente o Mercado Mundo Mix, que reúne confecções e artigos de decoração de novos designers, o Theatro São Pedro, datado de 1917, e o Parque de Diversões Playcenter. Nos arredores se localizam também o Shopping West Plaza, o Parque Antártica, o Galpão Fábrica, o Parque da Água Branca e o Sesc Pompéia.[15] Atualidade Memorial e edifícios localizados nas adjacências do Terminal. Rede Record de Televisão. Edifícios residenciais modernos do bairro. Nos últimos anos, o bairro da Barra Funda tem passado por significativas transformações que refletem tanto a evolução urbana quanto as mudanças sociais e econômicas da cidade de São Paulo. Um dos marcos dessa transformação foi a desativação do Playcenter, um famoso parque de diversões que operou por décadas na região. O fechamento do Playcenter em 2012 marcou o fim de uma era, mas também abriu espaço para novos empreendimentos e iniciativas que visam revitalizar a área.[15] Um dos projetos mais notáveis que surgiram após a desativação do parque é o Jardim das Perdizes, um empreendimento que visa transformar a antiga área do Playcenter em um espaço residencial e comercial moderno. Este projeto é parte de uma tendência maior de revitalização urbana que busca integrar áreas anteriormente subutilizadas à dinâmica da cidade, promovendo um ambiente mais sustentável e acessível.[16][17] Além disso, a construção do Terminal Intermodal Barra Funda consolidou a região como um importante hub de transporte, facilitando o acesso a diferentes modalidades de transporte público, como metrô, trens e ônibus. Essa infraestrutura não apenas melhora a mobilidade dos moradores, mas também torna o bairro mais atrativo para empresas e novos empreendimentos.[18] A Barra Funda continua a ser um centro cultural vibrante. O Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer, permanece como um dos principais pontos de atração do bairro, promovendo eventos culturais, exposições e atividades que celebram a diversidade latino-americana. O bairro também abriga o Theatro São Pedro, que, datado de 1917, é um importante espaço para a cena teatral paulistana.[18] Nos últimos anos, a Barra Funda tem visto um aumento na oferta de espaços de lazer e entretenimento, com a revitalização de áreas públicas e a criação de novos centros comerciais. O Shopping West Plaza e o Parque da Água Branca são exemplos de locais que oferecem opções de compras e lazer para os moradores e visitantes.[11][8] O bairro é classificado pelo CRECI como "Zona de Valor C", assim como outros bairros da capital como Santana e Tatuapé.[19] Apesar das melhorias, a Barra Funda enfrenta desafios, como a gentrificação, que pode levar ao aumento dos preços dos imóveis e à deslocação de moradores de longa data. A chegada de novos empreendimentos e a valorização da área podem criar tensões entre os antigos e novos moradores, exigindo um planejamento urbano cuidadoso para garantir que o desenvolvimento beneficie a todos.[9] BibliografiaBarra Funda é um bairro situado em parte na zona oeste do município de São Paulo, pertencente ao distrito da Barra Funda,[2][3] e em parte ao distrito de Santa Cecília, na zona central da cidade. É famoso por ser o bairro das escolas de samba Mancha Verde e Camisa Verde e Branco, e o local onde também se situa a sede da rede de televisão RecordTV, bem como o Memorial da América Latina, os centros de treinamento dos times de futebol Palmeiras e São Paulo. É atendido pela linha 3 do Metrô e pelas linhas 7 e 8 do Trem Metropolitano. História e formação O bairro da Barra Funda está inserido na área central de São Paulo, cuja origem é bastante interessante e remonta à fundação do Colégio pelos Jesuítas, em 1554. A posição geográfica privilegiada da cidade propiciou que se estabelecesse como centro de intenso intercâmbio econômico entre o planalto paulista e o litoral, além de ser um ponto central do sistema de comunicações, onde todos os caminhos, tanto terrestres quanto fluviais, se articulavam.[4] O processo de ocupação da área central da cidade, assim como as profundas transformações verificadas nos séculos XIX e XX, refletem as diversas fases da evolução urbana de São Paulo. Em meados do século XIX, a cidade era ainda bastante modesta, com a parte compacta restrita à extremidade do esporão que corresponde à confluência Tamanduateí-Anhangabaú, a parte antiga do atual centro paulistano. A cidade era circundada por chácaras que formavam um cinturão de características suburbanas, com funções residenciais e agrícolas.[5] Avenida Francisco Matarazzo na década de 1920. Central Telefônica Palmeiras em 1928. Antiga residência do escritor Mário de Andrade. O crescimento e desenvolvimento de São Paulo nas últimas décadas do século XIX propiciaram a ocupação das várzeas dos rios na cidade e o surgimento de novos bairros. Chácaras foram loteadas e a construção de estações de trem trouxeram novas atividades econômicas para estas regiões.[5] O bairro da Barra Funda é um bom exemplo deste processo. Lá se localizava a Chácara do Carvalho, divisão do antigo sítio de propriedade do Barão de Iguape, que abrangia ainda parte da Casa Verde e da Freguesia do Ó.[4] Herdada por Antônio da Silva Prado, a sede da Chácara foi encomendada a Luigi Puci em 1890, pouco tempo antes de suas terras serem loteadas.[6] A ocupação do bairro está estreitamente ligada à construção de estradas de ferro para escoamento da produção do café na cidade.[7] Em 1875, a estação Barra Funda da Estrada de Ferro Sorocabana foi inaugurada, integrando o primeiro trecho da linha.[7] A estação permaneceu como depósito e armazém de produtos transportados entre o porto e o interior até os anos 20, quando passou a transportar passageiros. Já a estação da São Paulo Railway, inaugurada em 1892, bem próxima à estação da Sorocabana, atendeu desde o início à crescente população do bairro, atraída pela demanda de trabalho gerada nos armazéns das ferrovias e de particulares.[6] Os primeiros habitantes da Barra Funda, após o loteamento da chácara, foram imigrantes italianos. Além dos trabalhos relacionados à ferrovia, estabeleceram em suas casas serrarias e oficinas mecânicas que atendiam à população abastada dos Campos Elíseos.[4] Porém, o que mais marca sua presença na Barra Funda é a construção civil. Até hoje, a maior parte das casas do bairro possui uma arquitetura simples com algumas características em comum: construções geminadas que possuem uma entrada lateral, uma fileira de cômodos, uma cozinha, um quintal e um porão. Esta arquitetura é conhecida como "ponta de chuva", por serem as casas traçadas pelos capomastri (mestres de obras) italianos com a ponta de um guarda-chuva na terra no início da construção.[8][9] No início do século XX, as características do bairro começaram a mudar. A população, que era predominantemente branca, passou a receber os primeiros negros, presença que se intensificou nas décadas seguintes.[10] O sistema de transportes da região foi contemplado, em 1902, com o primeiro bonde elétrico de São Paulo, que ligava a Barra Funda ao Largo São Bento.[4] Acompanhando o trajeto do bonde, ruas como Barra Funda, Brigadeiro Galvão e Anhanguera, onde se localizava o ponto final, aglutinaram atividades comerciais e de serviços. O desenvolvimento deste polo comercial, assim como sua proximidade dos bairros Higienópolis e Campos Elíseos, atraiu alguns representantes da classe média cafeeira e industriais que nesta região passaram a residir, enquanto estabeleciam suas indústrias do outro lado do bairro, a Barra Funda de baixo.[11][6] Theatro São Pedro de 1917. E.E. Conselheiro Antônio Prado em 1929. Antonio Ferrigno - Estação Barra Funda. A divisão do bairro data da construção das linhas de trem que separaram a região localizada entre a linha de trem e a Marginal Tietê (Barra Funda de baixo) e a localizada entre a linha de trem e os Campos Elíseos (Barra Funda de cima). Por muito tempo, foram ligadas por duas porteiras, uma na rua Anhanguera e outra na rua Assis.[4] A parte de cima até hoje goza de maior infraestrutura e poder aquisitivo.[12] Diante da infraestrutura que o bairro possuía e da concentração de mão-de-obra, as primeiras décadas do século XX assistiram a uma ocupação industrial impressionante.[7] Além das indústrias instaladas na própria Barra Funda, na Água Branca, um grande parque industrial foi erguido na década de 1920: as Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo.[10] Com uma área de 100 mil metros quadrados, reuniam diversas atividades industriais e empregavam um grande número de moradores do bairro. Até uma estação de trem da São Paulo Railway foi construída nas mediações do parque industrial para o escoamento do que ali era produzido.[10] No entanto, o desenvolvimento econômico da região seria abalado pela Grande Depressão. Os casarões da antiga classe média cafeeira foram abandonados e, com o tempo, se transformaram em cortiços. Indústrias fecharam ou transferiram suas atividades. Ao bairro restaram as oficinas mecânicas, serrarias, marcenarias e indústrias alimentícias ou têxteis de pequeno porte.[4] No plano cultural, este período marcaria a história da música nacional.[13] A região é considerada um dos berços do samba paulista. O Largo da Banana era o ponto de encontro para os sambas de rodas, rodas de tiririca (capoeira) e serestas.[13] Conhecido assim pela venda de cachos de banana, o largo é louvado em sambas conhecidos, como nas letras de Geraldo Filme. Lá foi fundado por Dionísio Barbosa o primeiro cordão carnavalesco paulista, o Grupo Carnavalesco Barra Funda.[4] Formado por membros da população negra que se sentiam excluídos da Festa do Momo, o grupo teve que paralisar suas atividades nos anos 40 por problemas políticos.[9] Reorganizado como Camisa Verde por Inocêncio Tobias, foi perseguido pela polícia política de Vargas, confundido como simpatizante do Partido Integralista, até a alteração do nome para Camisa Verde e Branco. O primeiro desfile do grupo data de 1954, na comemoração do Quarto Centenário da cidade de São Paulo.[13][14] Terminal Intermodal Barra Funda de 1989. Playcenter inaugurado em 1973. Os anos 1970 marcam a chegada dos migrantes nordestinos ao bairro. O polo industrial ali localizado nas primeiras décadas do século sofreu um processo crescente de refluxo com o fechamento, transferência ou falências das unidades produtoras, o que propiciou uma maior ocupação residencial do bairro com a chegada dos novos habitantes.[15] No início dos anos 1980, o setor industrial se apresentava quase reduzido a zero na região.[14] Porém, a partir de 1989, as coisas começaram a mudar. Foi inaugurado o Terminal Intermodal Barra Funda, que reúne todas as modalidades do transporte coletivo (metrô, trens de passageiros das antigas linhas Sorocabana e Santos-Jundiaí sob a administração da CPTM, transporte rodoviário, ônibus municipais e intermunicipais).[7] No mesmo ano, no antigo Largo da Banana, foi inaugurado o Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer. Estas transformações trouxeram nova vida ao bairro. Muitas casas deram lugar a estabelecimentos comerciais, prédios de negócios se instalaram e imóveis antigos foram revitalizados.[12] Em 1995, a Rede Record ali se estabeleceu e, em suas proximidades, o Parque Industrial Thomas Edison e o Centro Empresarial Água Branca foram inaugurados em 2001.[11] No campo cultural e de entretenimento, além do Memorial da América Latina, o bairro possui um galpão de exposições onde funciona regularmente o Mercado Mundo Mix, que reúne confecções e artigos de decoração de novos designers, o Theatro São Pedro, datado de 1917, e o Parque de Diversões Playcenter. Nos arredores se localizam também o Shopping West Plaza, o Parque Antártica, o Galpão Fábrica, o Parque da Água Branca e o Sesc Pompéia.[15] Atualidade Memorial e edifícios localizados nas adjacências do Terminal. Rede Record de Televisão. Edifícios residenciais modernos do bairro. Nos últimos anos, o bairro da Barra Funda tem passado por significativas transformações que refletem tanto a evolução urbana quanto as mudanças sociais e econômicas da cidade de São Paulo. Um dos marcos dessa transformação foi a desativação do Playcenter, um famoso parque de diversões que operou por décadas na região. O fechamento do Playcenter em 2012 marcou o fim de uma era, mas também abriu espaço para novos empreendimentos e iniciativas que visam revitalizar a área.[15] Um dos projetos mais notáveis que surgiram após a desativação do parque é o Jardim das Perdizes, um empreendimento que visa transformar a antiga área do Playcenter em um espaço residencial e comercial moderno. Este projeto é parte de uma tendência maior de revitalização urbana que busca integrar áreas anteriormente subutilizadas à dinâmica da cidade, promovendo um ambiente mais sustentável e acessível.[16][17] Além disso, a construção do Terminal Intermodal Barra Funda consolidou a região como um importante hub de transporte, facilitando o acesso a diferentes modalidades de transporte público, como metrô, trens e ônibus. Essa infraestrutura não apenas melhora a mobilidade dos moradores, mas também torna o bairro mais atrativo para empresas e novos empreendimentos.[18] A Barra Funda continua a ser um centro cultural vibrante. O Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer, permanece como um dos principais pontos de atração do bairro, promovendo eventos culturais, exposições e atividades que celebram a diversidade latino-americana. O bairro também abriga o Theatro São Pedro, que, datado de 1917, é um importante espaço para a cena teatral paulistana.[18] Nos últimos anos, a Barra Funda tem visto um aumento na oferta de espaços de lazer e entretenimento, com a revitalização de áreas públicas e a criação de novos centros comerciais. O Shopping West Plaza e o Parque da Água Branca são exemplos de locais que oferecem opções de compras e lazer para os moradores e visitantes.[11][8] O bairro é classificado pelo CRECI como "Zona de Valor C", assim como outros bairros da capital como Santana e Tatuapé.[19] Apesar das melhorias, a Barra Funda enfrenta desafios, como a gentrificação, que pode levar ao aumento dos preços dos imóveis e à deslocação de moradores de longa data. A chegada de novos empreendimentos e a valorização da área podem criar tensões entre os antigos e novos moradores, exigindo um planejamento urbano cuidadoso para garantir que o desenvolvimento beneficie a todos.[9] BibliografiaBarra Funda é um bairro situado em parte na zona oeste do município de São Paulo, pertencente ao distrito da Barra Funda,[2][3] e em parte ao distrito de Santa Cecília, na zona central da cidade. É famoso por ser o bairro das escolas de samba Mancha Verde e Camisa Verde e Branco, e o local onde também se situa a sede da rede de televisão RecordTV, bem como o Memorial da América Latina, os centros de treinamento dos times de futebol Palmeiras e São Paulo. É atendido pela linha 3 do Metrô e pelas linhas 7 e 8 do Trem Metropolitano. História e formação O bairro da Barra Funda está inserido na área central de São Paulo, cuja origem é bastante interessante e remonta à fundação do Colégio pelos Jesuítas, em 1554. A posição geográfica privilegiada da cidade propiciou que se estabelecesse como centro de intenso intercâmbio econômico entre o planalto paulista e o litoral, além de ser um ponto central do sistema de comunicações, onde todos os caminhos, tanto terrestres quanto fluviais, se articulavam.[4] O processo de ocupação da área central da cidade, assim como as profundas transformações verificadas nos séculos XIX e XX, refletem as diversas fases da evolução urbana de São Paulo. Em meados do século XIX, a cidade era ainda bastante modesta, com a parte compacta restrita à extremidade do esporão que corresponde à confluência Tamanduateí-Anhangabaú, a parte antiga do atual centro paulistano. A cidade era circundada por chácaras que formavam um cinturão de características suburbanas, com funções residenciais e agrícolas.[5] Avenida Francisco Matarazzo na década de 1920. Central Telefônica Palmeiras em 1928. Antiga residência do escritor Mário de Andrade. O crescimento e desenvolvimento de São Paulo nas últimas décadas do século XIX propiciaram a ocupação das várzeas dos rios na cidade e o surgimento de novos bairros. Chácaras foram loteadas e a construção de estações de trem trouxeram novas atividades econômicas para estas regiões.[5] O bairro da Barra Funda é um bom exemplo deste processo. Lá se localizava a Chácara do Carvalho, divisão do antigo sítio de propriedade do Barão de Iguape, que abrangia ainda parte da Casa Verde e da Freguesia do Ó.[4] Herdada por Antônio da Silva Prado, a sede da Chácara foi encomendada a Luigi Puci em 1890, pouco tempo antes de suas terras serem loteadas.[6] A ocupação do bairro está estreitamente ligada à construção de estradas de ferro para escoamento da produção do café na cidade.[7] Em 1875, a estação Barra Funda da Estrada de Ferro Sorocabana foi inaugurada, integrando o primeiro trecho da linha.[7] A estação permaneceu como depósito e armazém de produtos transportados entre o porto e o interior até os anos 20, quando passou a transportar passageiros. Já a estação da São Paulo Railway, inaugurada em 1892, bem próxima à estação da Sorocabana, atendeu desde o início à crescente população do bairro, atraída pela demanda de trabalho gerada nos armazéns das ferrovias e de particulares.[6] Os primeiros habitantes da Barra Funda, após o loteamento da chácara, foram imigrantes italianos. Além dos trabalhos relacionados à ferrovia, estabeleceram em suas casas serrarias e oficinas mecânicas que atendiam à população abastada dos Campos Elíseos.[4] Porém, o que mais marca sua presença na Barra Funda é a construção civil. Até hoje, a maior parte das casas do bairro possui uma arquitetura simples com algumas características em comum: construções geminadas que possuem uma entrada lateral, uma fileira de cômodos, uma cozinha, um quintal e um porão. Esta arquitetura é conhecida como "ponta de chuva", por serem as casas traçadas pelos capomastri (mestres de obras) italianos com a ponta de um guarda-chuva na terra no início da construção.[8][9] No início do século XX, as características do bairro começaram a mudar. A população, que era predominantemente branca, passou a receber os p
Rua Adalberto Kemeny, 82 - Parque Industrial Tomas Edson1 Dormitório com armário; Banheiro com box blindex; Living em 2 ambientes; Cozinha com armários planejados, integrada a sala, com fogão Cooktop dividindo a sala da cozinha; Terraço integrado ao dormitório e living; 1 Vaga de garagem Barra Funda é um bairro situado em parte na zona oeste do município de São Paulo, pertencente ao distrito da Barra Funda,[2][3] e em parte ao distrito de Santa Cecília, na zona central da cidade. É famoso por ser o bairro das escolas de samba Mancha Verde e Camisa Verde e Branco, e o local onde também se situa a sede da rede de televisão RecordTV, bem como o Memorial da América Latina, os centros de treinamento dos times de futebol Palmeiras e São Paulo. É atendido pela linha 3 do Metrô e pelas linhas 7 e 8 do Trem Metropolitano. História e formação O bairro da Barra Funda está inserido na área central de São Paulo, cuja origem é bastante interessante e remonta à fundação do Colégio pelos Jesuítas, em 1554. A posição geográfica privilegiada da cidade propiciou que se estabelecesse como centro de intenso intercâmbio econômico entre o planalto paulista e o litoral, além de ser um ponto central do sistema de comunicações, onde todos os caminhos, tanto terrestres quanto fluviais, se articulavam.[4] O processo de ocupação da área central da cidade, assim como as profundas transformações verificadas nos séculos XIX e XX, refletem as diversas fases da evolução urbana de São Paulo. Em meados do século XIX, a cidade era ainda bastante modesta, com a parte compacta restrita à extremidade do esporão que corresponde à confluência Tamanduateí-Anhangabaú, a parte antiga do atual centro paulistano. A cidade era circundada por chácaras que formavam um cinturão de características suburbanas, com funções residenciais e agrícolas.[5] Avenida Francisco Matarazzo na década de 1920. Central Telefônica Palmeiras em 1928. Antiga residência do escritor Mário de Andrade. O crescimento e desenvolvimento de São Paulo nas últimas décadas do século XIX propiciaram a ocupação das várzeas dos rios na cidade e o surgimento de novos bairros. Chácaras foram loteadas e a construção de estações de trem trouxeram novas atividades econômicas para estas regiões.[5] O bairro da Barra Funda é um bom exemplo deste processo. Lá se localizava a Chácara do Carvalho, divisão do antigo sítio de propriedade do Barão de Iguape, que abrangia ainda parte da Casa Verde e da Freguesia do Ó.[4] Herdada por Antônio da Silva Prado, a sede da Chácara foi encomendada a Luigi Puci em 1890, pouco tempo antes de suas terras serem loteadas.[6] A ocupação do bairro está estreitamente ligada à construção de estradas de ferro para escoamento da produção do café na cidade.[7] Em 1875, a estação Barra Funda da Estrada de Ferro Sorocabana foi inaugurada, integrando o primeiro trecho da linha.[7] A estação permaneceu como depósito e armazém de produtos transportados entre o porto e o interior até os anos 20, quando passou a transportar passageiros. Já a estação da São Paulo Railway, inaugurada em 1892, bem próxima à estação da Sorocabana, atendeu desde o início à crescente população do bairro, atraída pela demanda de trabalho gerada nos armazéns das ferrovias e de particulares.[6] Os primeiros habitantes da Barra Funda, após o loteamento da chácara, foram imigrantes italianos. Além dos trabalhos relacionados à ferrovia, estabeleceram em suas casas serrarias e oficinas mecânicas que atendiam à população abastada dos Campos Elíseos.[4] Porém, o que mais marca sua presença na Barra Funda é a construção civil. Até hoje, a maior parte das casas do bairro possui uma arquitetura simples com algumas características em comum: construções geminadas que possuem uma entrada lateral, uma fileira de cômodos, uma cozinha, um quintal e um porão. Esta arquitetura é conhecida como "ponta de chuva", por serem as casas traçadas pelos capomastri (mestres de obras) italianos com a ponta de um guarda-chuva na terra no início da construção.[8][9] No início do século XX, as características do bairro começaram a mudar. A população, que era predominantemente branca, passou a receber os primeiros negros, presença que se intensificou nas décadas seguintes.[10] O sistema de transportes da região foi contemplado, em 1902, com o primeiro bonde elétrico de São Paulo, que ligava a Barra Funda ao Largo São Bento.[4] Acompanhando o trajeto do bonde, ruas como Barra Funda, Brigadeiro Galvão e Anhanguera, onde se localizava o ponto final, aglutinaram atividades comerciais e de serviços. O desenvolvimento deste polo comercial, assim como sua proximidade dos bairros Higienópolis e Campos Elíseos, atraiu alguns representantes da classe média cafeeira e industriais que nesta região passaram a residir, enquanto estabeleciam suas indústrias do outro lado do bairro, a Barra Funda de baixo.[11][6] Theatro São Pedro de 1917. E.E. Conselheiro Antônio Prado em 1929. Antonio Ferrigno - Estação Barra Funda. A divisão do bairro data da construção das linhas de trem que separaram a região localizada entre a linha de trem e a Marginal Tietê (Barra Funda de baixo) e a localizada entre a linha de trem e os Campos Elíseos (Barra Funda de cima). Por muito tempo, foram ligadas por duas porteiras, uma na rua Anhanguera e outra na rua Assis.[4] A parte de cima até hoje goza de maior infraestrutura e poder aquisitivo.[12] Diante da infraestrutura que o bairro possuía e da concentração de mão-de-obra, as primeiras décadas do século XX assistiram a uma ocupação industrial impressionante.[7] Além das indústrias instaladas na própria Barra Funda, na Água Branca, um grande parque industrial foi erguido na década de 1920: as Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo.[10] Com uma área de 100 mil metros quadrados, reuniam diversas atividades industriais e empregavam um grande número de moradores do bairro. Até uma estação de trem da São Paulo Railway foi construída nas mediações do parque industrial para o escoamento do que ali era produzido.[10] No entanto, o desenvolvimento econômico da região seria abalado pela Grande Depressão. Os casarões da antiga classe média cafeeira foram abandonados e, com o tempo, se transformaram em cortiços. Indústrias fecharam ou transferiram suas atividades. Ao bairro restaram as oficinas mecânicas, serrarias, marcenarias e indústrias alimentícias ou têxteis de pequeno porte.[4] No plano cultural, este período marcaria a história da música nacional.[13] A região é considerada um dos berços do samba paulista. O Largo da Banana era o ponto de encontro para os sambas de rodas, rodas de tiririca (capoeira) e serestas.[13] Conhecido assim pela venda de cachos de banana, o largo é louvado em sambas conhecidos, como nas letras de Geraldo Filme. Lá foi fundado por Dionísio Barbosa o primeiro cordão carnavalesco paulista, o Grupo Carnavalesco Barra Funda.[4] Formado por membros da população negra que se sentiam excluídos da Festa do Momo, o grupo teve que paralisar suas atividades nos anos 40 por problemas políticos.[9] Reorganizado como Camisa Verde por Inocêncio Tobias, foi perseguido pela polícia política de Vargas, confundido como simpatizante do Partido Integralista, até a alteração do nome para Camisa Verde e Branco. O primeiro desfile do grupo data de 1954, na comemoração do Quarto Centenário da cidade de São Paulo.[13][14] Terminal Intermodal Barra Funda de 1989. Playcenter inaugurado em 1973. Os anos 1970 marcam a chegada dos migrantes nordestinos ao bairro. O polo industrial ali localizado nas primeiras décadas do século sofreu um processo crescente de refluxo com o fechamento, transferência ou falências das unidades produtoras, o que propiciou uma maior ocupação residencial do bairro com a chegada dos novos habitantes.[15] No início dos anos 1980, o setor industrial se apresentava quase reduzido a zero na região.[14] Porém, a partir de 1989, as coisas começaram a mudar. Foi inaugurado o Terminal Intermodal Barra Funda, que reúne todas as modalidades do transporte coletivo (metrô, trens de passageiros das antigas linhas Sorocabana e Santos-Jundiaí sob a administração da CPTM, transporte rodoviário, ônibus municipais e intermunicipais).[7] No mesmo ano, no antigo Largo da Banana, foi inaugurado o Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer. Estas transformações trouxeram nova vida ao bairro. Muitas casas deram lugar a estabelecimentos comerciais, prédios de negócios se instalaram e imóveis antigos foram revitalizados.[12] Em 1995, a Rede Record ali se estabeleceu e, em suas proximidades, o Parque Industrial Thomas Edison e o Centro Empresarial Água Branca foram inaugurados em 2001.[11] No campo cultural e de entretenimento, além do Memorial da América Latina, o bairro possui um galpão de exposições onde funciona regularmente o Mercado Mundo Mix, que reúne confecções e artigos de decoração de novos designers, o Theatro São Pedro, datado de 1917, e o Parque de Diversões Playcenter. Nos arredores se localizam também o Shopping West Plaza, o Parque Antártica, o Galpão Fábrica, o Parque da Água Branca e o Sesc Pompéia.[15] Atualidade Memorial e edifícios localizados nas adjacências do Terminal. Rede Record de Televisão. Edifícios residenciais modernos do bairro. Nos últimos anos, o bairro da Barra Funda tem passado por significativas transformações que refletem tanto a evolução urbana quanto as mudanças sociais e econômicas da cidade de São Paulo. Um dos marcos dessa transformação foi a desativação do Playcenter, um famoso parque de diversões que operou por décadas na região. O fechamento do Playcenter em 2012 marcou o fim de uma era, mas também abriu espaço para novos empreendimentos e iniciativas que visam revitalizar a área.[15] Um dos projetos mais notáveis que surgiram após a desativação do parque é o Jardim das Perdizes, um empreendimento que visa transformar a antiga área do Playcenter em um espaço residencial e comercial moderno. Este projeto é parte de uma tendência maior de revitalização urbana que busca integrar áreas anteriormente subutilizadas à dinâmica da cidade, promovendo um ambiente mais sustentável e acessível.[16][17] Além disso, a construção do Terminal Intermodal Barra Funda consolidou a região como um importante hub de transporte, facilitando o acesso a diferentes modalidades de transporte público, como metrô, trens e ônibus. Essa infraestrutura não apenas melhora a mobilidade dos moradores, mas também torna o bairro mais atrativo para empresas e novos empreendimentos.[18] A Barra Funda continua a ser um centro cultural vibrante. O Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer, permanece como um dos principais pontos de atração do bairro, promovendo eventos culturais, exposições e atividades que celebram a diversidade latino-americana. O bairro também abriga o Theatro São Pedro, que, datado de 1917, é um importante espaço para a cena teatral paulistana.[18] Nos últimos anos, a Barra Funda tem visto um aumento na oferta de espaços de lazer e entretenimento, com a revitalização de áreas públicas e a criação de novos centros comerciais. O Shopping West Plaza e o Parque da Água Branca são exemplos de locais que oferecem opções de compras e lazer para os moradores e visitantes.[11][8] O bairro é classificado pelo CRECI como "Zona de Valor C", assim como outros bairros da capital como Santana e Tatuapé.[19] Apesar das melhorias, a Barra Funda enfrenta desafios, como a gentrificação, que pode levar ao aumento dos preços dos imóveis e à deslocação de moradores de longa data. A chegada de novos empreendimentos e a valorização da área podem criar tensões entre os antigos e novos moradores, exigindo um planejamento urbano cuidadoso para garantir que o desenvolvimento beneficie a todos.[9] BibliografiaBarra Funda é um bairro situado em parte na zona oeste do município de São Paulo, pertencente ao distrito da Barra Funda,[2][3] e em parte ao distrito de Santa Cecília, na zona central da cidade. É famoso por ser o bairro das escolas de samba Mancha Verde e Camisa Verde e Branco, e o local onde também se situa a sede da rede de televisão RecordTV, bem como o Memorial da América Latina, os centros de treinamento dos times de futebol Palmeiras e São Paulo. É atendido pela linha 3 do Metrô e pelas linhas 7 e 8 do Trem Metropolitano. História e formação O bairro da Barra Funda está inserido na área central de São Paulo, cuja origem é bastante interessante e remonta à fundação do Colégio pelos Jesuítas, em 1554. A posição geográfica privilegiada da cidade propiciou que se estabelecesse como centro de intenso intercâmbio econômico entre o planalto paulista e o litoral, além de ser um ponto central do sistema de comunicações, onde todos os caminhos, tanto terrestres quanto fluviais, se articulavam.[4] O processo de ocupação da área central da cidade, assim como as profundas transformações verificadas nos séculos XIX e XX, refletem as diversas fases da evolução urbana de São Paulo. Em meados do século XIX, a cidade era ainda bastante modesta, com a parte compacta restrita à extremidade do esporão que corresponde à confluência Tamanduateí-Anhangabaú, a parte antiga do atual centro paulistano. A cidade era circundada por chácaras que formavam um cinturão de características suburbanas, com funções residenciais e agrícolas.[5] Avenida Francisco Matarazzo na década de 1920. Central Telefônica Palmeiras em 1928. Antiga residência do escritor Mário de Andrade. O crescimento e desenvolvimento de São Paulo nas últimas décadas do século XIX propiciaram a ocupação das várzeas dos rios na cidade e o surgimento de novos bairros. Chácaras foram loteadas e a construção de estações de trem trouxeram novas atividades econômicas para estas regiões.[5] O bairro da Barra Funda é um bom exemplo deste processo. Lá se localizava a Chácara do Carvalho, divisão do antigo sítio de propriedade do Barão de Iguape, que abrangia ainda parte da Casa Verde e da Freguesia do Ó.[4] Herdada por Antônio da Silva Prado, a sede da Chácara foi encomendada a Luigi Puci em 1890, pouco tempo antes de suas terras serem loteadas.[6] A ocupação do bairro está estreitamente ligada à construção de estradas de ferro para escoamento da produção do café na cidade.[7] Em 1875, a estação Barra Funda da Estrada de Ferro Sorocabana foi inaugurada, integrando o primeiro trecho da linha.[7] A estação permaneceu como depósito e armazém de produtos transportados entre o porto e o interior até os anos 20, quando passou a transportar passageiros. Já a estação da São Paulo Railway, inaugurada em 1892, bem próxima à estação da Sorocabana, atendeu desde o início à crescente população do bairro, atraída pela demanda de trabalho gerada nos armazéns das ferrovias e de particulares.[6] Os primeiros habitantes da Barra Funda, após o loteamento da chácara, foram imigrantes italianos. Além dos trabalhos relacionados à ferrovia, estabeleceram em suas casas serrarias e oficinas mecânicas que atendiam à população abastada dos Campos Elíseos.[4] Porém, o que mais marca sua presença na Barra Funda é a construção civil. Até hoje, a maior parte das casas do bairro possui uma arquitetura simples com algumas características em comum: construções geminadas que possuem uma entrada lateral, uma fileira de cômodos, uma cozinha, um quintal e um porão. Esta arquitetura é conhecida como "ponta de chuva", por serem as casas traçadas pelos capomastri (mestres de obras) italianos com a ponta de um guarda-chuva na terra no início da construção.[8][9] No início do século XX, as características do bairro começaram a mudar. A população, que era predominantemente branca, passou a receber os primeiros negros, presença que se intensificou nas décadas seguintes.[10] O sistema de transportes da região foi contemplado, em 1902, com o primeiro bonde elétrico de São Paulo, que ligava a Barra Funda ao Largo São Bento.[4] Acompanhando o trajeto do bonde, ruas como Barra Funda, Brigadeiro Galvão e Anhanguera, onde se localizava o ponto final, aglutinaram atividades comerciais e de serviços. O desenvolvimento deste polo comercial, assim como sua proximidade dos bairros Higienópolis e Campos Elíseos, atraiu alguns representantes da classe média cafeeira e industriais que nesta região passaram a residir, enquanto estabeleciam suas indústrias do outro lado do bairro, a Barra Funda de baixo.[11][6] Theatro São Pedro de 1917. E.E. Conselheiro Antônio Prado em 1929. Antonio Ferrigno - Estação Barra Funda. A divisão do bairro data da construção das linhas de trem que separaram a região localizada entre a linha de trem e a Marginal Tietê (Barra Funda de baixo) e a localizada entre a linha de trem e os Campos Elíseos (Barra Funda de cima). Por muito tempo, foram ligadas por duas porteiras, uma na rua Anhanguera e outra na rua Assis.[4] A parte de cima até hoje goza de maior infraestrutura e poder aquisitivo.[12] Diante da infraestrutura que o bairro possuía e da concentração de mão-de-obra, as primeiras décadas do século XX assistiram a uma ocupação industrial impressionante.[7] Além das indústrias instaladas na própria Barra Funda, na Água Branca, um grande parque industrial foi erguido na década de 1920: as Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo.[10] Com uma área de 100 mil metros quadrados, reuniam diversas atividades industriais e empregavam um grande número de moradores do bairro. Até uma estação de trem da São Paulo Railway foi construída nas mediações do parque industrial para o escoamento do que ali era produzido.[10] No entanto, o desenvolvimento econômico da região seria abalado pela Grande Depressão. Os casarões da antiga classe média cafeeira foram abandonados e, com o tempo, se transformaram em cortiços. Indústrias fecharam ou transferiram suas atividades. Ao bairro restaram as oficinas mecânicas, serrarias, marcenarias e indústrias alimentícias ou têxteis de pequeno porte.[4] No plano cultural, este período marcaria a história da música nacional.[13] A região é considerada um dos berços do samba paulista. O Largo da Banana era o ponto de encontro para os sambas de rodas, rodas de tiririca (capoeira) e serestas.[13] Conhecido assim pela venda de cachos de banana, o largo é louvado em sambas conhecidos, como nas letras de Geraldo Filme. Lá foi fundado por Dionísio Barbosa o primeiro cordão carnavalesco paulista, o Grupo Carnavalesco Barra Funda.[4] Formado por membros da população negra que se sentiam excluídos da Festa do Momo, o grupo teve que paralisar suas atividades nos anos 40 por problemas políticos.[9] Reorganizado como Camisa Verde por Inocêncio Tobias, foi perseguido pela polícia política de Vargas, confundido como simpatizante do Partido Integralista, até a alteração do nome para Camisa Verde e Branco. O primeiro desfile do grupo data de 1954, na comemoração do Quarto Centenário da cidade de São Paulo.[13][14] Terminal Intermodal Barra Funda de 1989. Playcenter inaugurado em 1973. Os anos 1970 marcam a chegada dos migrantes nordestinos ao bairro. O polo industrial ali localizado nas primeiras décadas do século sofreu um processo crescente de refluxo com o fechamento, transferência ou falências das unidades produtoras, o que propiciou uma maior ocupação residencial do bairro com a chegada dos novos habitantes.[15] No início dos anos 1980, o setor industrial se apresentava quase reduzido a zero na região.[14] Porém, a partir de 1989, as coisas começaram a mudar. Foi inaugurado o Terminal Intermodal Barra Funda, que reúne todas as modalidades do transporte coletivo (metrô, trens de passageiros das antigas linhas Sorocabana e Santos-Jundiaí sob a administração da CPTM, transporte rodoviário, ônibus municipais e intermunicipais).[7] No mesmo ano, no antigo Largo da Banana, foi inaugurado o Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer. Estas transformações trouxeram nova vida ao bairro. Muitas casas deram lugar a estabelecimentos comerciais, prédios de negócios se instalaram e imóveis antigos foram revitalizados.[12] Em 1995, a Rede Record ali se estabeleceu e, em suas proximidades, o Parque Industrial Thomas Edison e o Centro Empresarial Água Branca foram inaugurados em 2001.[11] No campo cultural e de entretenimento, além do Memorial da América Latina, o bairro possui um galpão de exposições onde funciona regularmente o Mercado Mundo Mix, que reúne confecções e artigos de decoração de novos designers, o Theatro São Pedro, datado de 1917, e o Parque de Diversões Playcenter. Nos arredores se localizam também o Shopping West Plaza, o Parque Antártica, o Galpão Fábrica, o Parque da Água Branca e o Sesc Pompéia.[15] Atualidade Memorial e edifícios localizados nas adjacências do Terminal. Rede Record de Televisão. Edifícios residenciais modernos do bairro. Nos últimos anos, o bairro da Barra Funda tem passado por significativas transformações que refletem tanto a evolução urbana quanto as mudanças sociais e econômicas da cidade de São Paulo. Um dos marcos dessa transformação foi a desativação do Playcenter, um famoso parque de diversões que operou por décadas na região. O fechamento do Playcenter em 2012 marcou o fim de uma era, mas também abriu espaço para novos empreendimentos e iniciativas que visam revitalizar a área.[15] Um dos projetos mais notáveis que surgiram após a desativação do parque é o Jardim das Perdizes, um empreendimento que visa transformar a antiga área do Playcenter em um espaço residencial e comercial moderno. Este projeto é parte de uma tendência maior de revitalização urbana que busca integrar áreas anteriormente subutilizadas à dinâmica da cidade, promovendo um ambiente mais sustentável e acessível.[16][17] Além disso, a construção do Terminal Intermodal Barra Funda consolidou a região como um importante hub de transporte, facilitando o acesso a diferentes modalidades de transporte público, como metrô, trens e ônibus. Essa infraestrutura não apenas melhora a mobilidade dos moradores, mas também torna o bairro mais atrativo para empresas e novos empreendimentos.[18] A Barra Funda continua a ser um centro cultural vibrante. O Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer, permanece como um dos principais pontos de atração do bairro, promovendo eventos culturais, exposições e atividades que celebram a diversidade latino-americana. O bairro também abriga o Theatro São Pedro, que, datado de 1917, é um importante espaço para a cena teatral paulistana.[18] Nos últimos anos, a Barra Funda tem visto um aumento na oferta de espaços de lazer e entretenimento, com a revitalização de áreas públicas e a criação de novos centros comerciais. O Shopping West Plaza e o Parque da Água Branca são exemplos de locais que oferecem opções de compras e lazer para os moradores e visitantes.[11][8] O bairro é classificado pelo CRECI como "Zona de Valor C", assim como outros bairros da capital como Santana e Tatuapé.[19] Apesar das melhorias, a Barra Funda enfrenta desafios, como a gentrificação, que pode levar ao aumento dos preços dos imóveis e à deslocação de moradores de longa data. A chegada de novos empreendimentos e a valorização da área podem criar tensões entre os antigos e novos moradores, exigindo um planejamento urbano cuidadoso para garantir que o desenvolvimento beneficie a todos.[9] BibliografiaBarra Funda é um bairro situado em parte na zona oeste do município de São Paulo, pertencente ao distrito da Barra Funda,[2][3] e em parte ao distrito de Santa Cecília, na zona central da cidade. É famoso por ser o bairro das escolas de samba Mancha Verde e Camisa Verde e Branco, e o local onde também se situa a sede da rede de televisão RecordTV, bem como o Memorial da América Latina, os centros de treinamento dos times de futebol Palmeiras e São Paulo. É atendido pela linha 3 do Metrô e pelas linhas 7 e 8 do Trem Metropolitano. História e formação O bairro da Barra Funda está inserido na área central de São Paulo, cuja origem é bastante interessante e remonta à fundação do Colégio pelos Jesuítas, em 1554. A posição geográfica privilegiada da cidade propiciou que se estabelecesse como centro de intenso intercâmbio econômico entre o planalto paulista e o litoral, além de ser um ponto central do sistema de comunicações, onde todos os caminhos, tanto terrestres quanto fluviais, se articulavam.[4] O processo de ocupação da área central da cidade, assim como as profundas transformações verificadas nos séculos XIX e XX, refletem as diversas fases da evolução urbana de São Paulo. Em meados do século XIX, a cidade era ainda bastante modesta, com a parte compacta restrita à extremidade do esporão que corresponde à confluência Tamanduateí-Anhangabaú, a parte antiga do atual centro paulistano. A cidade era circundada por chácaras que formavam um cinturão de características suburbanas, com funções residenciais e agrícolas.[5] Avenida Francisco Matarazzo na década de 1920. Central Telefônica Palmeiras em 1928. Antiga residência do escritor Mário de Andrade. O crescimento e desenvolvimento de São Paulo nas últimas décadas do século XIX propiciaram a ocupação das várzeas dos rios na cidade e o surgimento de novos bairros. Chácaras foram loteadas e a construção de estações de trem trouxeram novas atividades econômicas para estas regiões.[5] O bairro da Barra Funda é um bom exemplo deste processo. Lá se localizava a Chácara do Carvalho, divisão do antigo sítio de propriedade do Barão de Iguape, que abrangia ainda parte da Casa Verde e da Freguesia do Ó.[4] Herdada por Antônio da Silva Prado, a sede da Chácara foi encomendada a Luigi Puci em 1890, pouco tempo antes de suas terras serem loteadas.[6] A ocupação do bairro está estreitamente ligada à construção de estradas de ferro para escoamento da produção do café na cidade.[7] Em 1875, a estação Barra Funda da Estrada de Ferro Sorocabana foi inaugurada, integrando o primeiro trecho da linha.[7] A estação permaneceu como depósito e armazém de produtos transportados entre o porto e o interior até os anos 20, quando passou a transportar passageiros. Já a estação da São Paulo Railway, inaugurada em 1892, bem próxima à estação da Sorocabana, atendeu desde o início à crescente população do bairro, atraída pela demanda de trabalho gerada nos armazéns das ferrovias e de particulares.[6] Os primeiros habitantes da Barra Funda, após o loteamento da chácara, foram imigrantes italianos. Além dos trabalhos relacionados à ferrovia, estabeleceram em suas casas serrarias e oficinas mecânicas que atendiam à população abastada dos Campos Elíseos.[4] Porém, o que mais marca sua presença na Barra Funda é a construção civil. Até hoje, a maior parte das casas do bairro possui uma arquitetura simples com algumas características em comum: construções geminadas que possuem uma entrada lateral, uma fileira de cômodos, uma cozinha, um quintal e um porão. Esta arquitetura é conhecida como "ponta de chuva", por serem as casas traçadas pelos capomastri (mestres de obras) italianos com a ponta de um guarda-chuva na terra no início da construção.[8][9] No início do século XX, as características do bairro começaram a mudar. A população, que era predominantemente branca, passou a receber os primeiros negros, presença que se intensificou nas décadas seguintes.[10] O sistema de transportes da região foi contemplado, em 1902, com o primeiro bonde elétrico de São Paulo, que ligava a Barra Funda ao Largo São Bento.[4] Acompanhando o trajeto do bonde, ruas como Barra Funda, Brigadeiro Galvão e Anhanguera, onde se localizava o ponto final, aglutinaram atividades comerciais e de serviços. O desenvolvimento deste polo comercial, assim como sua proximidade dos bairros Higienópolis e Campos Elíseos, atraiu alguns representantes da classe média cafeeira e industriais que nesta região passaram a residir, enquanto estabeleciam suas indústrias do outro lado do bairro, a Barra Funda de baixo.[11][6] Theatro São Pedro de 1917. E.E. Conselheiro Antônio Prado em 1929. Antonio Ferrigno - Estação Barra Funda. A divisão do bairro data da construção das linhas de trem que separaram a região localizada entre a linha de trem e a Marginal Tietê (Barra Funda de baixo) e a localizada entre a linha de trem e os Campos Elíseos (Barra Funda de cima). Por muito tempo, foram ligadas por duas porteiras, uma na rua Anhanguera e outra na rua Assis.[4] A parte de cima até hoje goza de maior infraestrutura e poder aquisitivo.[12] Diante da infraestrutura que o bairro possuía e da concentração de mão-de-obra, as primeiras décadas do século XX assistiram a uma ocupação industrial impressionante.[7] Além das indústrias instaladas na própria Barra Funda, na Água Branca, um grande parque industrial foi erguido na década de 1920: as Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo.[10] Com uma área de 100 mil metros quadrados, reuniam diversas atividades industriais e empregavam um grande número de moradores do bairro. Até uma estação de trem da São Paulo Railway foi construída nas mediações do parque industrial para o escoamento do que ali era produzido.[10] No entanto, o desenvolvimento econômico da região seria abalado pela Grande Depressão. Os casarões da antiga classe média cafeeira foram abandonados e, com o tempo, se transformaram em cortiços. Indústrias fecharam ou transferiram suas atividades. Ao bairro restaram as oficinas mecânicas, serrarias, marcenarias e indústrias alimentícias ou têxteis de pequeno porte.[4] No plano cultural, este período marcaria a história da música nacional.[13] A região é considerada um dos berços do samba paulista. O Largo da Banana era o ponto de encontro para os sambas de rodas, rodas de tiririca (capoeira) e serestas.[13] Conhecido assim pela venda de cachos de banana, o largo é louvado em sambas conhecidos, como nas letras de Geraldo Filme. Lá foi fundado por Dionísio Barbosa o primeiro cordão carnavalesco paulista, o Grupo Carnavalesco Barra Funda.[4] Formado por membros da população negra que se sentiam excluídos da Festa do Momo, o grupo teve que paralisar suas atividades nos anos 40 por problemas políticos.[9] Reorganizado como Camisa Verde por Inocêncio Tobias, foi perseguido pela polícia política de Vargas, confundido como simpatizante do Partido Integralista, até a alteração do nome para Camisa Verde e Branco. O primeiro desfile do grupo data de 1954, na comemoração do Quarto Centenário da cidade de São Paulo.[13][14] Terminal Intermodal Barra Funda de 1989. Playcenter inaugurado em 1973. Os anos 1970 marcam a chegada dos migrantes nordestinos ao bairro. O polo industrial ali localizado nas primeiras décadas do século sofreu um processo crescente de refluxo com o fechamento, transferência ou falências das unidades produtoras, o que propiciou uma maior ocupação residencial do bairro com a chegada dos novos habitantes.[15] No início dos anos 1980, o setor industrial se apresentava quase reduzido a zero na região.[14] Porém, a partir de 1989, as coisas começaram a mudar. Foi inaugurado o Terminal Intermodal Barra Funda, que reúne todas as modalidades do transporte coletivo (metrô, trens de passageiros das antigas linhas Sorocabana e Santos-Jundiaí sob a administração da CPTM, transporte rodoviário, ônibus municipais e intermunicipais).[7] No mesmo ano, no antigo Largo da Banana, foi inaugurado o Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer. Estas transformações trouxeram nova vida ao bairro. Muitas casas deram lugar a estabelecimentos comerciais, prédios de negócios se instalaram e imóveis antigos foram revitalizados.[12] Em 1995, a Rede Record ali se estabeleceu e, em suas proximidades, o Parque Industrial Thomas Edison e o Centro Empresarial Água Branca foram inaugurados em 2001.[11] No campo cultural e de entretenimento, além do Memorial da América Latina, o bairro possui um galpão de exposições onde funciona regularmente o Mercado Mundo Mix, que reúne confecções e artigos de decoração de novos designers, o Theatro São Pedro, datado de 1917, e o Parque de Diversões Playcenter. Nos arredores se localizam também o Shopping West Plaza, o Parque Antártica, o Galpão Fábrica, o Parque da Água Branca e o Sesc Pompéia.[15] Atualidade Memorial e edifícios localizados nas adjacências do Terminal. Rede Record de Televisão. Edifícios residenciais modernos do bairro. Nos últimos anos, o bairro da Barra Funda tem passado por significativas transformações que refletem tanto a evolução urbana quanto as mudanças sociais e econômicas da cidade de São Paulo. Um dos marcos dessa transformação foi a desativação do Playcenter, um famoso parque de diversões que operou por décadas na região. O fechamento do Playcenter em 2012 marcou o fim de uma era, mas também abriu espaço para novos empreendimentos e iniciativas que visam revitalizar a área.[15] Um dos projetos mais notáveis que surgiram após a desativação do parque é o Jardim das Perdizes, um empreendimento que visa transformar a antiga área do Playcenter em um espaço residencial e comercial moderno. Este projeto é parte de uma tendência maior de revitalização urbana que busca integrar áreas anteriormente subutilizadas à dinâmica da cidade, promovendo um ambiente mais sustentável e acessível.[16][17] Além disso, a construção do Terminal Intermodal Barra Funda consolidou a região como um importante hub de transporte, facilitando o acesso a diferentes modalidades de transporte público, como metrô, trens e ônibus. Essa infraestrutura não apenas melhora a mobilidade dos moradores, mas também torna o bairro mais atrativo para empresas e novos empreendimentos.[18] A Barra Funda continua a ser um centro cultural vibrante. O Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer, permanece como um dos principais pontos de atração do bairro, promovendo eventos culturais, exposições e atividades que celebram a diversidade latino-americana. O bairro também abriga o Theatro São Pedro, que, datado de 1917, é um importante espaço para a cena teatral paulistana.[18] Nos últimos anos, a Barra Funda tem visto um aumento na oferta de espaços de lazer e entretenimento, com a revitalização de áreas públicas e a criação de novos centros comerciais. O Shopping West Plaza e o Parque da Água Branca são exemplos de locais que oferecem opções de compras e lazer para os moradores e visitantes.[11][8] O bairro é classificado pelo CRECI como "Zona de Valor C", assim como outros bairros da capital como Santana e Tatuapé.[19] Apesar das melhorias, a Barra Funda enfrenta desafios, como a gentrificação, que pode levar ao aumento dos preços dos imóveis e à deslocação de moradores de longa data. A chegada de novos empreendimentos e a valorização da área podem criar tensões entre os antigos e novos moradores, exigindo um planejamento urbano cuidadoso para garantir que o desenvolvimento beneficie a todos.[9] BibliografiaBarra Funda é um bairro situado em parte na zona oeste do município de São Paulo, pertencente ao distrito da Barra Funda,[2][3] e em parte ao distrito de Santa Cecília, na zona central da cidade. É famoso por ser o bairro das escolas de samba Mancha Verde e Camisa Verde e Branco, e o local onde também se situa a sede da rede de televisão RecordTV, bem como o Memorial da América Latina, os centros de treinamento dos times de futebol Palmeiras e São Paulo. É atendido pela linha 3 do Metrô e pelas linhas 7 e 8 do Trem Metropolitano. História e formação O bairro da Barra Funda está inserido na área central de São Paulo, cuja origem é bastante interessante e remonta à fundação do Colégio pelos Jesuítas, em 1554. A posição geográfica privilegiada da cidade propiciou que se estabelecesse como centro de intenso intercâmbio econômico entre o planalto paulista e o litoral, além de ser um ponto central do sistema de comunicações, onde todos os caminhos, tanto terrestres quanto fluviais, se articulavam.[4] O processo de ocupação da área central da cidade, assim como as profundas transformações verificadas nos séculos XIX e XX, refletem as diversas fases da evolução urbana de São Paulo. Em meados do século XIX, a cidade era ainda bastante modesta, com a parte compacta restrita à extremidade do esporão que corresponde à confluência Tamanduateí-Anhangabaú, a parte antiga do atual centro paulistano. A cidade era circundada por chácaras que formavam um cinturão de características suburbanas, com funções residenciais e agrícolas.[5] Avenida Francisco Matarazzo na década de 1920. Central Telefônica Palmeiras em 1928. Antiga residência do escritor Mário de Andrade. O crescimento e desenvolvimento de São Paulo nas últimas décadas do século XIX propiciaram a ocupação das várzeas dos rios na cidade e o surgimento de novos bairros. Chácaras foram loteadas e a construção de estações de trem trouxeram novas atividades econômicas para estas regiões.[5] O bairro da Barra Funda é um bom exemplo deste processo. Lá se localizava a Chácara do Carvalho, divisão do antigo sítio de propriedade do Barão de Iguape, que abrangia ainda parte da Casa Verde e da Freguesia do Ó.[4] Herdada por Antônio da Silva Prado, a sede da Chácara foi encomendada a Luigi Puci em 1890, pouco tempo antes de suas terras serem loteadas.[6] A ocupação do bairro está estreitamente ligada à construção de estradas de ferro para escoamento da produção do café na cidade.[7] Em 1875, a estação Barra Funda da Estrada de Ferro Sorocabana foi inaugurada, integrando o primeiro trecho da linha.[7] A estação permaneceu como depósito e armazém de produtos transportados entre o porto e o interior até os anos 20, quando passou a transportar passageiros. Já a estação da São Paulo Railway, inaugurada em 1892, bem próxima à estação da Sorocabana, atendeu desde o início à crescente população do bairro, atraída pela demanda de trabalho gerada nos armazéns das ferrovias e de particulares.[6] Os primeiros habitantes da Barra Funda, após o loteamento da chácara, foram imigrantes italianos. Além dos trabalhos relacionados à ferrovia, estabeleceram em suas casas serrarias e oficinas mecânicas que atendiam à população abastada dos Campos Elíseos.[4] Porém, o que mais marca sua presença na Barra Funda é a construção civil. Até hoje, a maior parte das casas do bairro possui uma arquitetura simples com algumas características em comum: construções geminadas que possuem uma entrada lateral, uma fileira de cômodos, uma cozinha, um quintal e um porão. Esta arquitetura é conhecida como "ponta de chuva", por serem as casas traçadas pelos capomastri (mestres de obras) italianos com a ponta de um guarda-chuva na terra no início da construção.[8][9] No início do século XX, as características do bairro começaram a mudar. A população, que era predominantemente branca, passou a receber os primeiros negros, presença que se intensificou nas décadas seguintes.[10] O sistema de transportes da região foi contemplado, em 1902, com o primeiro bonde elétrico de São Paulo, que ligava a Barra Funda ao Largo São Bento.[4] Acompanhando o trajeto do bonde, ruas como Barra Funda, Brigadeiro Galvão e Anhanguera, onde se localizava o ponto final, aglutinaram atividades comerciais e de serviços. O desenvolvimento deste polo comercial, assim como sua proximidade dos bairros Higienópolis e Campos Elíseos, atraiu alguns representantes da classe média cafeeira e industriais que nesta região passaram a residir, enquanto estabeleciam suas indústrias do outro lado do bairro, a Barra Funda de baixo.[11][6] Theatro São Pedro de 1917. E.E. Conselheiro Antônio Prado em 1929. Antonio Ferrigno - Estação Barra Funda. A divisão do bairro data da construção das linhas de trem que separaram a região localizada entre a linha de trem e a Marginal Tietê (Barra Funda de baixo) e a localizada entre a linha de trem e os Campos Elíseos (Barra Funda de cima). Por muito tempo, foram ligadas por duas porteiras, uma na rua Anhanguera e outra na rua Assis.[4] A parte de cima até hoje goza de maior infraestrutura e poder aquisitivo.[12] Diante da infraestrutura que o bairro possuía e da concentração de mão-de-obra, as primeiras décadas do século XX assistiram a uma ocupação industrial impressionante.[7] Além das indústrias instaladas na própria Barra Funda, na Água Branca, um grande parque industrial foi erguido na década de 1920: as Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo.[10] Com uma área de 100 mil metros quadrados, reuniam diversas atividades industriais e empregavam um grande número de moradores do bairro. Até uma estação de trem da São Paulo Railway foi construída nas mediações do parque industrial para o escoamento do que ali era produzido.[10] No entanto, o desenvolvimento econômico da região seria abalado pela Grande Depressão. Os casarões da antiga classe média cafeeira foram abandonados e, com o tempo, se transformaram em cortiços. Indústrias fecharam ou transferiram suas atividades. Ao bairro restaram as oficinas mecânicas, serrarias, marcenarias e indústrias alimentícias ou têxteis de pequeno porte.[4] No plano cultural, este período marcaria a história da música nacional.[13] A região é considerada um dos berços do samba paulista. O Largo da Banana era o ponto de encontro para os sambas de rodas, rodas de tiririca (capoeira) e serestas.[13] Conhecido assim pela venda de cachos de banana, o largo é louvado em sambas conhecidos, como nas letras de Geraldo Filme. Lá foi fundado por Dionísio Barbosa o primeiro cordão carnavalesco paulista, o Grupo Carnavalesco Barra Funda.[4] Formado por membros da população negra que se sentiam excluídos da Festa do Momo, o grupo teve que paralisar suas atividades nos anos 40 por problemas políticos.[9] Reorganizado como Camisa Verde por Inocêncio Tobias, foi perseguido pela polícia política de Vargas, confundido como simpatizante do Partido Integralista, até a alteração do nome para Camisa Verde e Branco. O primeiro desfile do grupo data de 1954, na comemoração do Quarto Centenário da cidade de São Paulo.[13][14] Terminal Intermodal Barra Funda de 1989. Playcenter inaugurado em 1973. Os anos 1970 marcam a chegada dos migrantes nordestinos ao bairro. O polo industrial ali localizado nas primeiras décadas do século sofreu um processo crescente de refluxo com o fechamento, transferência ou falências das unidades produtoras, o que propiciou uma maior ocupação residencial do bairro com a chegada dos novos habitantes.[15] No início dos anos 1980, o setor industrial se apresentava quase reduzido a zero na região.[14] Porém, a partir de 1989, as coisas começaram a mudar. Foi inaugurado o Terminal Intermodal Barra Funda, que reúne todas as modalidades do transporte coletivo (metrô, trens de passageiros das antigas linhas Sorocabana e Santos-Jundiaí sob a administração da CPTM, transporte rodoviário, ônibus municipais e intermunicipais).[7] No mesmo ano, no antigo Largo da Banana, foi inaugurado o Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer. Estas transformações trouxeram nova vida ao bairro. Muitas casas deram lugar a estabelecimentos comerciais, prédios de negócios se instalaram e imóveis antigos foram revitalizados.[12] Em 1995, a Rede Record ali se estabeleceu e, em suas proximidades, o Parque Industrial Thomas Edison e o Centro Empresarial Água Branca foram inaugurados em 2001.[11] No campo cultural e de entretenimento, além do Memorial da América Latina, o bairro possui um galpão de exposições onde funciona regularmente o Mercado Mundo Mix, que reúne confecções e artigos de decoração de novos designers, o Theatro São Pedro, datado de 1917, e o Parque de Diversões Playcenter. Nos arredores se localizam também o Shopping West Plaza, o Parque Antártica, o Galpão Fábrica, o Parque da Água Branca e o Sesc Pompéia.[15] Atualidade Memorial e edifícios localizados nas adjacências do Terminal. Rede Record de Televisão. Edifícios residenciais modernos do bairro. Nos últimos anos, o bairro da Barra Funda tem passado por significativas transformações que refletem tanto a evolução urbana quanto as mudanças sociais e econômicas da cidade de São Paulo. Um dos marcos dessa transformação foi a desativação do Playcenter, um famoso parque de diversões que operou por décadas na região. O fechamento do Playcenter em 2012 marcou o fim de uma era, mas também abriu espaço para novos empreendimentos e iniciativas que visam revitalizar a área.[15] Um dos projetos mais notáveis que surgiram após a desativação do parque é o Jardim das Perdizes, um empreendimento que visa transformar a antiga área do Playcenter em um espaço residencial e comercial moderno. Este projeto é parte de uma tendência maior de revitalização urbana que busca integrar áreas anteriormente subutilizadas à dinâmica da cidade, promovendo um ambiente mais sustentável e acessível.[16][17] Além disso, a construção do Terminal Intermodal Barra Funda consolidou a região como um importante hub de transporte, facilitando o acesso a diferentes modalidades de transporte público, como metrô, trens e ônibus. Essa infraestrutura não apenas melhora a mobilidade dos moradores, mas também torna o bairro mais atrativo para empresas e novos empreendimentos.[18] A Barra Funda continua a ser um centro cultural vibrante. O Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer, permanece como um dos principais pontos de atração do bairro, promovendo eventos culturais, exposições e atividades que celebram a diversidade latino-americana. O bairro também abriga o Theatro São Pedro, que, datado de 1917, é um importante espaço para a cena teatral paulistana.[18] Nos últimos anos, a Barra Funda tem visto um aumento na oferta de espaços de lazer e entretenimento, com a revitalização de áreas públicas e a criação de novos centros comerciais. O Shopping West Plaza e o Parque da Água Branca são exemplos de locais que oferecem opções de compras e lazer para os moradores e visitantes.[11][8] O bairro é classificado pelo CRECI como "Zona de Valor C", assim como outros bairros da capital como Santana e Tatuapé.[19] Apesar das melhorias, a Barra Funda enfrenta desafios, como a gentrificação, que pode levar ao aumento dos preços dos imóveis e à deslocação de moradores de longa data. A chegada de novos empreendimentos e a valorização da área podem criar tensões entre os antigos e novos moradores, exigindo um planejamento urbano cuidadoso para garantir que o desenvolvimento beneficie a todos.[9] BibliografiaBarra Funda é um bairro situado em parte na zona oeste do município de São Paulo, pertencente ao distrito da Barra Funda,[2][3] e em parte ao distrito de Santa Cecília, na zona central da cidade. É famoso por ser o bairro das escolas de samba Mancha Verde e Camisa Verde e Branco, e o local onde também se situa a sede da rede de televisão RecordTV, bem como o Memorial da América Latina, os centros de treinamento dos times de futebol Palmeiras e São Paulo. É atendido pela linha 3 do Metrô e pelas linhas 7 e 8 do Trem Metropolitano. História e formação O bairro da Barra Funda está inserido na área central de São Paulo, cuja origem é bastante interessante e remonta à fundação do Colégio pelos Jesuítas, em 1554. A posição geográfica privilegiada da cidade propiciou que se estabelecesse como centro de intenso intercâmbio econômico entre o planalto paulista e o litoral, além de ser um ponto central do sistema de comunicações, onde todos os caminhos, tanto terrestres quanto fluviais, se articulavam.[4] O processo de ocupação da área central da cidade, assim como as profundas transformações verificadas nos séculos XIX e XX, refletem as diversas fases da evolução urbana de São Paulo. Em meados do século XIX, a cidade era ainda bastante modesta, com a parte compacta restrita à extremidade do esporão que corresponde à confluência Tamanduateí-Anhangabaú, a parte antiga do atual centro paulistano. A cidade era circundada por chácaras que formavam um cinturão de características suburbanas, com funções residenciais e agrícolas.[5] Avenida Francisco Matarazzo na década de 1920. Central Telefônica Palmeiras em 1928. Antiga residência do escritor Mário de Andrade. O crescimento e desenvolvimento de São Paulo nas últimas décadas do século XIX propiciaram a ocupação das várzeas dos rios na cidade e o surgimento de novos bairros. Chácaras foram loteadas e a construção de estações de trem trouxeram novas atividades econômicas para estas regiões.[5] O bairro da Barra Funda é um bom exemplo deste processo. Lá se localizava a Chácara do Carvalho, divisão do antigo sítio de propriedade do Barão de Iguape, que abrangia ainda parte da Casa Verde e da Freguesia do Ó.[4] Herdada por Antônio da Silva Prado, a sede da Chácara foi encomendada a Luigi Puci em 1890, pouco tempo antes de suas terras serem loteadas.[6] A ocupação do bairro está estreitamente ligada à construção de estradas de ferro para escoamento da produção do café na cidade.[7] Em 1875, a estação Barra Funda da Estrada de Ferro Sorocabana foi inaugurada, integrando o primeiro trecho da linha.[7] A estação permaneceu como depósito e armazém de produtos transportados entre o porto e o interior até os anos 20, quando passou a transportar passageiros. Já a estação da São Paulo Railway, inaugurada em 1892, bem próxima à estação da Sorocabana, atendeu desde o início à crescente população do bairro, atraída pela demanda de trabalho gerada nos armazéns das ferrovias e de particulares.[6] Os primeiros habitantes da Barra Funda, após o loteamento da chácara, foram imigrantes italianos. Além dos trabalhos relacionados à ferrovia, estabeleceram em suas casas serrarias e oficinas mecânicas que atendiam à população abastada dos Campos Elíseos.[4] Porém, o que mais marca sua presença na Barra Funda é a construção civil. Até hoje, a maior parte das casas do bairro possui uma arquitetura simples com algumas características em comum: construções geminadas que possuem uma entrada lateral, uma fileira de cômodos, uma cozinha, um quintal e um porão. Esta arquitetura é conhecida como "ponta de chuva", por serem as casas traçadas pelos capomastri (mestres de obras) italianos com a ponta de um guarda-chuva na terra no início da construção.[8][9] No início do século XX, as características do bairro começaram a mudar. A população, que era predominantemente branca, passou a receber os p1 Dormitório com armário; Banheiro com box blindex; Living em 2 ambientes; Cozinha com armários planejados, integrada a sala, com fogãoSão Paulo - SP1 Dormitório com armário; Banheiro com box blindex; Living em 2 ambientes; Cozinha com armários planejados, integrada a sala, com fogão Cooktop dividindo a sala da cozinha; Terraço integrado ao dormitório e living; 1 Vaga de garagem Barra Funda é um bairro situado em parte na zona oeste do município de São Paulo, pertencente ao distrito da Barra Funda,[2][3] e em parte ao distrito de Santa Cecília, na zona central da cidade. É famoso por ser o bairro das escolas de samba Mancha Verde e Camisa Verde e Branco, e o local onde também se situa a sede da rede de televisão RecordTV, bem como o Memorial da América Latina, os centros de treinamento dos times de futebol Palmeiras e São Paulo. É atendido pela linha 3 do Metrô e pelas linhas 7 e 8 do Trem Metropolitano. História e formação O bairro da Barra Funda está inserido na área central de São Paulo, cuja origem é bastante interessante e remonta à fundação do Colégio pelos Jesuítas, em 1554. A posição geográfica privilegiada da cidade propiciou que se estabelecesse como centro de intenso intercâmbio econômico entre o planalto paulista e o litoral, além de ser um ponto central do sistema de comunicações, onde todos os caminhos, tanto terrestres quanto fluviais, se articulavam.[4] O processo de ocupação da área central da cidade, assim como as profundas transformações verificadas nos séculos XIX e XX, refletem as diversas fases da evolução urbana de São Paulo. Em meados do século XIX, a cidade era ainda bastante modesta, com a parte compacta restrita à extremidade do esporão que corresponde à confluência Tamanduateí-Anhangabaú, a parte antiga do atual centro paulistano. A cidade era circundada por chácaras que formavam um cinturão de características suburbanas, com funções residenciais e agrícolas.[5] Avenida Francisco Matarazzo na década de 1920. Central Telefônica Palmeiras em 1928. Antiga residência do escritor Mário de Andrade. O crescimento e desenvolvimento de São Paulo nas últimas décadas do século XIX propiciaram a ocupação das várzeas dos rios na cidade e o surgimento de novos bairros. Chácaras foram loteadas e a construção de estações de trem trouxeram novas atividades econômicas para estas regiões.[5] O bairro da Barra Funda é um bom exemplo deste processo. Lá se localizava a Chácara do Carvalho, divisão do antigo sítio de propriedade do Barão de Iguape, que abrangia ainda parte da Casa Verde e da Freguesia do Ó.[4] Herdada por Antônio da Silva Prado, a sede da Chácara foi encomendada a Luigi Puci em 1890, pouco tempo antes de suas terras serem loteadas.[6] A ocupação do bairro está estreitamente ligada à construção de estradas de ferro para escoamento da produção do café na cidade.[7] Em 1875, a estação Barra Funda da Estrada de Ferro Sorocabana foi inaugurada, integrando o primeiro trecho da linha.[7] A estação permaneceu como depósito e armazém de produtos transportados entre o porto e o interior até os anos 20, quando passou a transportar passageiros. Já a estação da São Paulo Railway, inaugurada em 1892, bem próxima à estação da Sorocabana, atendeu desde o início à crescente população do bairro, atraída pela demanda de trabalho gerada nos armazéns das ferrovias e de particulares.[6] Os primeiros habitantes da Barra Funda, após o loteamento da chácara, foram imigrantes italianos. Além dos trabalhos relacionados à ferrovia, estabeleceram em suas casas serrarias e oficinas mecânicas que atendiam à população abastada dos Campos Elíseos.[4] Porém, o que mais marca sua presença na Barra Funda é a construção civil. Até hoje, a maior parte das casas do bairro possui uma arquitetura simples com algumas características em comum: construções geminadas que possuem uma entrada lateral, uma fileira de cômodos, uma cozinha, um quintal e um porão. Esta arquitetura é conhecida como "ponta de chuva", por serem as casas traçadas pelos capomastri (mestres de obras) italianos com a ponta de um guarda-chuva na terra no início da construção.[8][9] No início do século XX, as características do bairro começaram a mudar. A população, que era predominantemente branca, passou a receber os primeiros negros, presença que se intensificou nas décadas seguintes.[10] O sistema de transportes da região foi contemplado, em 1902, com o primeiro bonde elétrico de São Paulo, que ligava a Barra Funda ao Largo São Bento.[4] Acompanhando o trajeto do bonde, ruas como Barra Funda, Brigadeiro Galvão e Anhanguera, onde se localizava o ponto final, aglutinaram atividades comerciais e de serviços. O desenvolvimento deste polo comercial, assim como sua proximidade dos bairros Higienópolis e Campos Elíseos, atraiu alguns representantes da classe média cafeeira e industriais que nesta região passaram a residir, enquanto estabeleciam suas indústrias do outro lado do bairro, a Barra Funda de baixo.[11][6] Theatro São Pedro de 1917. E.E. Conselheiro Antônio Prado em 1929. Antonio Ferrigno - Estação Barra Funda. A divisão do bairro data da construção das linhas de trem que separaram a região localizada entre a linha de trem e a Marginal Tietê (Barra Funda de baixo) e a localizada entre a linha de trem e os Campos Elíseos (Barra Funda de cima). Por muito tempo, foram ligadas por duas porteiras, uma na rua Anhanguera e outra na rua Assis.[4] A parte de cima até hoje goza de maior infraestrutura e poder aquisitivo.[12] Diante da infraestrutura que o bairro possuía e da concentração de mão-de-obra, as primeiras décadas do século XX assistiram a uma ocupação industrial impressionante.[7] Além das indústrias instaladas na própria Barra Funda, na Água Branca, um grande parque industrial foi erguido na década de 1920: as Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo.[10] Com uma área de 100 mil metros quadrados, reuniam diversas atividades industriais e empregavam um grande número de moradores do bairro. Até uma estação de trem da São Paulo Railway foi construída nas mediações do parque industrial para o escoamento do que ali era produzido.[10] No entanto, o desenvolvimento econômico da região seria abalado pela Grande Depressão. Os casarões da antiga classe média cafeeira foram abandonados e, com o tempo, se transformaram em cortiços. Indústrias fecharam ou transferiram suas atividades. Ao bairro restaram as oficinas mecânicas, serrarias, marcenarias e indústrias alimentícias ou têxteis de pequeno porte.[4] No plano cultural, este período marcaria a história da música nacional.[13] A região é considerada um dos berços do samba paulista. O Largo da Banana era o ponto de encontro para os sambas de rodas, rodas de tiririca (capoeira) e serestas.[13] Conhecido assim pela venda de cachos de banana, o largo é louvado em sambas conhecidos, como nas letras de Geraldo Filme. Lá foi fundado por Dionísio Barbosa o primeiro cordão carnavalesco paulista, o Grupo Carnavalesco Barra Funda.[4] Formado por membros da população negra que se sentiam excluídos da Festa do Momo, o grupo teve que paralisar suas atividades nos anos 40 por problemas políticos.[9] Reorganizado como Camisa Verde por Inocêncio Tobias, foi perseguido pela polícia política de Vargas, confundido como simpatizante do Partido Integralista, até a alteração do nome para Camisa Verde e Branco. O primeiro desfile do grupo data de 1954, na comemoração do Quarto Centenário da cidade de São Paulo.[13][14] Terminal Intermodal Barra Funda de 1989. Playcenter inaugurado em 1973. Os anos 1970 marcam a chegada dos migrantes nordestinos ao bairro. O polo industrial ali localizado nas primeiras décadas do século sofreu um processo crescente de refluxo com o fechamento, transferência ou falências das unidades produtoras, o que propiciou uma maior ocupação residencial do bairro com a chegada dos novos habitantes.[15] No início dos anos 1980, o setor industrial se apresentava quase reduzido a zero na região.[14] Porém, a partir de 1989, as coisas começaram a mudar. Foi inaugurado o Terminal Intermodal Barra Funda, que reúne todas as modalidades do transporte coletivo (metrô, trens de passageiros das antigas linhas Sorocabana e Santos-Jundiaí sob a administração da CPTM, transporte rodoviário, ônibus municipais e intermunicipais).[7] No mesmo ano, no antigo Largo da Banana, foi inaugurado o Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer. Estas transformações trouxeram nova vida ao bairro. Muitas casas deram lugar a estabelecimentos comerciais, prédios de negócios se instalaram e imóveis antigos foram revitalizados.[12] Em 1995, a Rede Record ali se estabeleceu e, em suas proximidades, o Parque Industrial Thomas Edison e o Centro Empresarial Água Branca foram inaugurados em 2001.[11] No campo cultural e de entretenimento, além do Memorial da América Latina, o bairro possui um galpão de exposições onde funciona regularmente o Mercado Mundo Mix, que reúne confecções e artigos de decoração de novos designers, o Theatro São Pedro, datado de 1917, e o Parque de Diversões Playcenter. Nos arredores se localizam também o Shopping West Plaza, o Parque Antártica, o Galpão Fábrica, o Parque da Água Branca e o Sesc Pompéia.[15] Atualidade Memorial e edifícios localizados nas adjacências do Terminal. Rede Record de Televisão. Edifícios residenciais modernos do bairro. Nos últimos anos, o bairro da Barra Funda tem passado por significativas transformações que refletem tanto a evolução urbana quanto as mudanças sociais e econômicas da cidade de São Paulo. Um dos marcos dessa transformação foi a desativação do Playcenter, um famoso parque de diversões que operou por décadas na região. O fechamento do Playcenter em 2012 marcou o fim de uma era, mas também abriu espaço para novos empreendimentos e iniciativas que visam revitalizar a área.[15] Um dos projetos mais notáveis que surgiram após a desativação do parque é o Jardim das Perdizes, um empreendimento que visa transformar a antiga área do Playcenter em um espaço residencial e comercial moderno. Este projeto é parte de uma tendência maior de revitalização urbana que busca integrar áreas anteriormente subutilizadas à dinâmica da cidade, promovendo um ambiente mais sustentável e acessível.[16][17] Além disso, a construção do Terminal Intermodal Barra Funda consolidou a região como um importante hub de transporte, facilitando o acesso a diferentes modalidades de transporte público, como metrô, trens e ônibus. Essa infraestrutura não apenas melhora a mobilidade dos moradores, mas também torna o bairro mais atrativo para empresas e novos empreendimentos.[18] A Barra Funda continua a ser um centro cultural vibrante. O Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer, permanece como um dos principais pontos de atração do bairro, promovendo eventos culturais, exposições e atividades que celebram a diversidade latino-americana. O bairro também abriga o Theatro São Pedro, que, datado de 1917, é um importante espaço para a cena teatral paulistana.[18] Nos últimos anos, a Barra Funda tem visto um aumento na oferta de espaços de lazer e entretenimento, com a revitalização de áreas públicas e a criação de novos centros comerciais. O Shopping West Plaza e o Parque da Água Branca são exemplos de locais que oferecem opções de compras e lazer para os moradores e visitantes.[11][8] O bairro é classificado pelo CRECI como "Zona de Valor C", assim como outros bairros da capital como Santana e Tatuapé.[19] Apesar das melhorias, a Barra Funda enfrenta desafios, como a gentrificação, que pode levar ao aumento dos preços dos imóveis e à deslocação de moradores de longa data. A chegada de novos empreendimentos e a valorização da área podem criar tensões entre os antigos e novos moradores, exigindo um planejamento urbano cuidadoso para garantir que o desenvolvimento beneficie a todos.[9] BibliografiaBarra Funda é um bairro situado em parte na zona oeste do município de São Paulo, pertencente ao distrito da Barra Funda,[2][3] e em parte ao distrito de Santa Cecília, na zona central da cidade. É famoso por ser o bairro das escolas de samba Mancha Verde e Camisa Verde e Branco, e o local onde também se situa a sede da rede de televisão RecordTV, bem como o Memorial da América Latina, os centros de treinamento dos times de futebol Palmeiras e São Paulo. É atendido pela linha 3 do Metrô e pelas linhas 7 e 8 do Trem Metropolitano. História e formação O bairro da Barra Funda está inserido na área central de São Paulo, cuja origem é bastante interessante e remonta à fundação do Colégio pelos Jesuítas, em 1554. A posição geográfica privilegiada da cidade propiciou que se estabelecesse como centro de intenso intercâmbio econômico entre o planalto paulista e o litoral, além de ser um ponto central do sistema de comunicações, onde todos os caminhos, tanto terrestres quanto fluviais, se articulavam.[4] O processo de ocupação da área central da cidade, assim como as profundas transformações verificadas nos séculos XIX e XX, refletem as diversas fases da evolução urbana de São Paulo. Em meados do século XIX, a cidade era ainda bastante modesta, com a parte compacta restrita à extremidade do esporão que corresponde à confluência Tamanduateí-Anhangabaú, a parte antiga do atual centro paulistano. A cidade era circundada por chácaras que formavam um cinturão de características suburbanas, com funções residenciais e agrícolas.[5] Avenida Francisco Matarazzo na década de 1920. Central Telefônica Palmeiras em 1928. Antiga residência do escritor Mário de Andrade. O crescimento e desenvolvimento de São Paulo nas últimas décadas do século XIX propiciaram a ocupação das várzeas dos rios na cidade e o surgimento de novos bairros. Chácaras foram loteadas e a construção de estações de trem trouxeram novas atividades econômicas para estas regiões.[5] O bairro da Barra Funda é um bom exemplo deste processo. Lá se localizava a Chácara do Carvalho, divisão do antigo sítio de propriedade do Barão de Iguape, que abrangia ainda parte da Casa Verde e da Freguesia do Ó.[4] Herdada por Antônio da Silva Prado, a sede da Chácara foi encomendada a Luigi Puci em 1890, pouco tempo antes de suas terras serem loteadas.[6] A ocupação do bairro está estreitamente ligada à construção de estradas de ferro para escoamento da produção do café na cidade.[7] Em 1875, a estação Barra Funda da Estrada de Ferro Sorocabana foi inaugurada, integrando o primeiro trecho da linha.[7] A estação permaneceu como depósito e armazém de produtos transportados entre o porto e o interior até os anos 20, quando passou a transportar passageiros. Já a estação da São Paulo Railway, inaugurada em 1892, bem próxima à estação da Sorocabana, atendeu desde o início à crescente população do bairro, atraída pela demanda de trabalho gerada nos armazéns das ferrovias e de particulares.[6] Os primeiros habitantes da Barra Funda, após o loteamento da chácara, foram imigrantes italianos. Além dos trabalhos relacionados à ferrovia, estabeleceram em suas casas serrarias e oficinas mecânicas que atendiam à população abastada dos Campos Elíseos.[4] Porém, o que mais marca sua presença na Barra Funda é a construção civil. Até hoje, a maior parte das casas do bairro possui uma arquitetura simples com algumas características em comum: construções geminadas que possuem uma entrada lateral, uma fileira de cômodos, uma cozinha, um quintal e um porão. Esta arquitetura é conhecida como "ponta de chuva", por serem as casas traçadas pelos capomastri (mestres de obras) italianos com a ponta de um guarda-chuva na terra no início da construção.[8][9] No início do século XX, as características do bairro começaram a mudar. A população, que era predominantemente branca, passou a receber os primeiros negros, presença que se intensificou nas décadas seguintes.[10] O sistema de transportes da região foi contemplado, em 1902, com o primeiro bonde elétrico de São Paulo, que ligava a Barra Funda ao Largo São Bento.[4] Acompanhando o trajeto do bonde, ruas como Barra Funda, Brigadeiro Galvão e Anhanguera, onde se localizava o ponto final, aglutinaram atividades comerciais e de serviços. O desenvolvimento deste polo comercial, assim como sua proximidade dos bairros Higienópolis e Campos Elíseos, atraiu alguns representantes da classe média cafeeira e industriais que nesta região passaram a residir, enquanto estabeleciam suas indústrias do outro lado do bairro, a Barra Funda de baixo.[11][6] Theatro São Pedro de 1917. E.E. Conselheiro Antônio Prado em 1929. Antonio Ferrigno - Estação Barra Funda. A divisão do bairro data da construção das linhas de trem que separaram a região localizada entre a linha de trem e a Marginal Tietê (Barra Funda de baixo) e a localizada entre a linha de trem e os Campos Elíseos (Barra Funda de cima). Por muito tempo, foram ligadas por duas porteiras, uma na rua Anhanguera e outra na rua Assis.[4] A parte de cima até hoje goza de maior infraestrutura e poder aquisitivo.[12] Diante da infraestrutura que o bairro possuía e da concentração de mão-de-obra, as primeiras décadas do século XX assistiram a uma ocupação industrial impressionante.[7] Além das indústrias instaladas na própria Barra Funda, na Água Branca, um grande parque industrial foi erguido na década de 1920: as Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo.[10] Com uma área de 100 mil metros quadrados, reuniam diversas atividades industriais e empregavam um grande número de moradores do bairro. Até uma estação de trem da São Paulo Railway foi construída nas mediações do parque industrial para o escoamento do que ali era produzido.[10] No entanto, o desenvolvimento econômico da região seria abalado pela Grande Depressão. Os casarões da antiga classe média cafeeira foram abandonados e, com o tempo, se transformaram em cortiços. Indústrias fecharam ou transferiram suas atividades. Ao bairro restaram as oficinas mecânicas, serrarias, marcenarias e indústrias alimentícias ou têxteis de pequeno porte.[4] No plano cultural, este período marcaria a história da música nacional.[13] A região é considerada um dos berços do samba paulista. O Largo da Banana era o ponto de encontro para os sambas de rodas, rodas de tiririca (capoeira) e serestas.[13] Conhecido assim pela venda de cachos de banana, o largo é louvado em sambas conhecidos, como nas letras de Geraldo Filme. Lá foi fundado por Dionísio Barbosa o primeiro cordão carnavalesco paulista, o Grupo Carnavalesco Barra Funda.[4] Formado por membros da população negra que se sentiam excluídos da Festa do Momo, o grupo teve que paralisar suas atividades nos anos 40 por problemas políticos.[9] Reorganizado como Camisa Verde por Inocêncio Tobias, foi perseguido pela polícia política de Vargas, confundido como simpatizante do Partido Integralista, até a alteração do nome para Camisa Verde e Branco. O primeiro desfile do grupo data de 1954, na comemoração do Quarto Centenário da cidade de São Paulo.[13][14] Terminal Intermodal Barra Funda de 1989. Playcenter inaugurado em 1973. Os anos 1970 marcam a chegada dos migrantes nordestinos ao bairro. O polo industrial ali localizado nas primeiras décadas do século sofreu um processo crescente de refluxo com o fechamento, transferência ou falências das unidades produtoras, o que propiciou uma maior ocupação residencial do bairro com a chegada dos novos habitantes.[15] No início dos anos 1980, o setor industrial se apresentava quase reduzido a zero na região.[14] Porém, a partir de 1989, as coisas começaram a mudar. Foi inaugurado o Terminal Intermodal Barra Funda, que reúne todas as modalidades do transporte coletivo (metrô, trens de passageiros das antigas linhas Sorocabana e Santos-Jundiaí sob a administração da CPTM, transporte rodoviário, ônibus municipais e intermunicipais).[7] No mesmo ano, no antigo Largo da Banana, foi inaugurado o Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer. Estas transformações trouxeram nova vida ao bairro. Muitas casas deram lugar a estabelecimentos comerciais, prédios de negócios se instalaram e imóveis antigos foram revitalizados.[12] Em 1995, a Rede Record ali se estabeleceu e, em suas proximidades, o Parque Industrial Thomas Edison e o Centro Empresarial Água Branca foram inaugurados em 2001.[11] No campo cultural e de entretenimento, além do Memorial da América Latina, o bairro possui um galpão de exposições onde funciona regularmente o Mercado Mundo Mix, que reúne confecções e artigos de decoração de novos designers, o Theatro São Pedro, datado de 1917, e o Parque de Diversões Playcenter. Nos arredores se localizam também o Shopping West Plaza, o Parque Antártica, o Galpão Fábrica, o Parque da Água Branca e o Sesc Pompéia.[15] Atualidade Memorial e edifícios localizados nas adjacências do Terminal. Rede Record de Televisão. Edifícios residenciais modernos do bairro. Nos últimos anos, o bairro da Barra Funda tem passado por significativas transformações que refletem tanto a evolução urbana quanto as mudanças sociais e econômicas da cidade de São Paulo. Um dos marcos dessa transformação foi a desativação do Playcenter, um famoso parque de diversões que operou por décadas na região. O fechamento do Playcenter em 2012 marcou o fim de uma era, mas também abriu espaço para novos empreendimentos e iniciativas que visam revitalizar a área.[15] Um dos projetos mais notáveis que surgiram após a desativação do parque é o Jardim das Perdizes, um empreendimento que visa transformar a antiga área do Playcenter em um espaço residencial e comercial moderno. Este projeto é parte de uma tendência maior de revitalização urbana que busca integrar áreas anteriormente subutilizadas à dinâmica da cidade, promovendo um ambiente mais sustentável e acessível.[16][17] Além disso, a construção do Terminal Intermodal Barra Funda consolidou a região como um importante hub de transporte, facilitando o acesso a diferentes modalidades de transporte público, como metrô, trens e ônibus. Essa infraestrutura não apenas melhora a mobilidade dos moradores, mas também torna o bairro mais atrativo para empresas e novos empreendimentos.[18] A Barra Funda continua a ser um centro cultural vibrante. O Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer, permanece como um dos principais pontos de atração do bairro, promovendo eventos culturais, exposições e atividades que celebram a diversidade latino-americana. O bairro também abriga o Theatro São Pedro, que, datado de 1917, é um importante espaço para a cena teatral paulistana.[18] Nos últimos anos, a Barra Funda tem visto um aumento na oferta de espaços de lazer e entretenimento, com a revitalização de áreas públicas e a criação de novos centros comerciais. O Shopping West Plaza e o Parque da Água Branca são exemplos de locais que oferecem opções de compras e lazer para os moradores e visitantes.[11][8] O bairro é classificado pelo CRECI como "Zona de Valor C", assim como outros bairros da capital como Santana e Tatuapé.[19] Apesar das melhorias, a Barra Funda enfrenta desafios, como a gentrificação, que pode levar ao aumento dos preços dos imóveis e à deslocação de moradores de longa data. A chegada de novos empreendimentos e a valorização da área podem criar tensões entre os antigos e novos moradores, exigindo um planejamento urbano cuidadoso para garantir que o desenvolvimento beneficie a todos.[9] BibliografiaBarra Funda é um bairro situado em parte na zona oeste do município de São Paulo, pertencente ao distrito da Barra Funda,[2][3] e em parte ao distrito de Santa Cecília, na zona central da cidade. É famoso por ser o bairro das escolas de samba Mancha Verde e Camisa Verde e Branco, e o local onde também se situa a sede da rede de televisão RecordTV, bem como o Memorial da América Latina, os centros de treinamento dos times de futebol Palmeiras e São Paulo. É atendido pela linha 3 do Metrô e pelas linhas 7 e 8 do Trem Metropolitano. História e formação O bairro da Barra Funda está inserido na área central de São Paulo, cuja origem é bastante interessante e remonta à fundação do Colégio pelos Jesuítas, em 1554. A posição geográfica privilegiada da cidade propiciou que se estabelecesse como centro de intenso intercâmbio econômico entre o planalto paulista e o litoral, além de ser um ponto central do sistema de comunicações, onde todos os caminhos, tanto terrestres quanto fluviais, se articulavam.[4] O processo de ocupação da área central da cidade, assim como as profundas transformações verificadas nos séculos XIX e XX, refletem as diversas fases da evolução urbana de São Paulo. Em meados do século XIX, a cidade era ainda bastante modesta, com a parte compacta restrita à extremidade do esporão que corresponde à confluência Tamanduateí-Anhangabaú, a parte antiga do atual centro paulistano. A cidade era circundada por chácaras que formavam um cinturão de características suburbanas, com funções residenciais e agrícolas.[5] Avenida Francisco Matarazzo na década de 1920. Central Telefônica Palmeiras em 1928. Antiga residência do escritor Mário de Andrade. O crescimento e desenvolvimento de São Paulo nas últimas décadas do século XIX propiciaram a ocupação das várzeas dos rios na cidade e o surgimento de novos bairros. Chácaras foram loteadas e a construção de estações de trem trouxeram novas atividades econômicas para estas regiões.[5] O bairro da Barra Funda é um bom exemplo deste processo. Lá se localizava a Chácara do Carvalho, divisão do antigo sítio de propriedade do Barão de Iguape, que abrangia ainda parte da Casa Verde e da Freguesia do Ó.[4] Herdada por Antônio da Silva Prado, a sede da Chácara foi encomendada a Luigi Puci em 1890, pouco tempo antes de suas terras serem loteadas.[6] A ocupação do bairro está estreitamente ligada à construção de estradas de ferro para escoamento da produção do café na cidade.[7] Em 1875, a estação Barra Funda da Estrada de Ferro Sorocabana foi inaugurada, integrando o primeiro trecho da linha.[7] A estação permaneceu como depósito e armazém de produtos transportados entre o porto e o interior até os anos 20, quando passou a transportar passageiros. Já a estação da São Paulo Railway, inaugurada em 1892, bem próxima à estação da Sorocabana, atendeu desde o início à crescente população do bairro, atraída pela demanda de trabalho gerada nos armazéns das ferrovias e de particulares.[6] Os primeiros habitantes da Barra Funda, após o loteamento da chácara, foram imigrantes italianos. Além dos trabalhos relacionados à ferrovia, estabeleceram em suas casas serrarias e oficinas mecânicas que atendiam à população abastada dos Campos Elíseos.[4] Porém, o que mais marca sua presença na Barra Funda é a construção civil. Até hoje, a maior parte das casas do bairro possui uma arquitetura simples com algumas características em comum: construções geminadas que possuem uma entrada lateral, uma fileira de cômodos, uma cozinha, um quintal e um porão. Esta arquitetura é conhecida como "ponta de chuva", por serem as casas traçadas pelos capomastri (mestres de obras) italianos com a ponta de um guarda-chuva na terra no início da construção.[8][9] No início do século XX, as características do bairro começaram a mudar. A população, que era predominantemente branca, passou a receber os primeiros negros, presença que se intensificou nas décadas seguintes.[10] O sistema de transportes da região foi contemplado, em 1902, com o primeiro bonde elétrico de São Paulo, que ligava a Barra Funda ao Largo São Bento.[4] Acompanhando o trajeto do bonde, ruas como Barra Funda, Brigadeiro Galvão e Anhanguera, onde se localizava o ponto final, aglutinaram atividades comerciais e de serviços. O desenvolvimento deste polo comercial, assim como sua proximidade dos bairros Higienópolis e Campos Elíseos, atraiu alguns representantes da classe média cafeeira e industriais que nesta região passaram a residir, enquanto estabeleciam suas indústrias do outro lado do bairro, a Barra Funda de baixo.[11][6] Theatro São Pedro de 1917. E.E. Conselheiro Antônio Prado em 1929. Antonio Ferrigno - Estação Barra Funda. A divisão do bairro data da construção das linhas de trem que separaram a região localizada entre a linha de trem e a Marginal Tietê (Barra Funda de baixo) e a localizada entre a linha de trem e os Campos Elíseos (Barra Funda de cima). Por muito tempo, foram ligadas por duas porteiras, uma na rua Anhanguera e outra na rua Assis.[4] A parte de cima até hoje goza de maior infraestrutura e poder aquisitivo.[12] Diante da infraestrutura que o bairro possuía e da concentração de mão-de-obra, as primeiras décadas do século XX assistiram a uma ocupação industrial impressionante.[7] Além das indústrias instaladas na própria Barra Funda, na Água Branca, um grande parque industrial foi erguido na década de 1920: as Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo.[10] Com uma área de 100 mil metros quadrados, reuniam diversas atividades industriais e empregavam um grande número de moradores do bairro. Até uma estação de trem da São Paulo Railway foi construída nas mediações do parque industrial para o escoamento do que ali era produzido.[10] No entanto, o desenvolvimento econômico da região seria abalado pela Grande Depressão. Os casarões da antiga classe média cafeeira foram abandonados e, com o tempo, se transformaram em cortiços. Indústrias fecharam ou transferiram suas atividades. Ao bairro restaram as oficinas mecânicas, serrarias, marcenarias e indústrias alimentícias ou têxteis de pequeno porte.[4] No plano cultural, este período marcaria a história da música nacional.[13] A região é considerada um dos berços do samba paulista. O Largo da Banana era o ponto de encontro para os sambas de rodas, rodas de tiririca (capoeira) e serestas.[13] Conhecido assim pela venda de cachos de banana, o largo é louvado em sambas conhecidos, como nas letras de Geraldo Filme. Lá foi fundado por Dionísio Barbosa o primeiro cordão carnavalesco paulista, o Grupo Carnavalesco Barra Funda.[4] Formado por membros da população negra que se sentiam excluídos da Festa do Momo, o grupo teve que paralisar suas atividades nos anos 40 por problemas políticos.[9] Reorganizado como Camisa Verde por Inocêncio Tobias, foi perseguido pela polícia política de Vargas, confundido como simpatizante do Partido Integralista, até a alteração do nome para Camisa Verde e Branco. O primeiro desfile do grupo data de 1954, na comemoração do Quarto Centenário da cidade de São Paulo.[13][14] Terminal Intermodal Barra Funda de 1989. Playcenter inaugurado em 1973. Os anos 1970 marcam a chegada dos migrantes nordestinos ao bairro. O polo industrial ali localizado nas primeiras décadas do século sofreu um processo crescente de refluxo com o fechamento, transferência ou falências das unidades produtoras, o que propiciou uma maior ocupação residencial do bairro com a chegada dos novos habitantes.[15] No início dos anos 1980, o setor industrial se apresentava quase reduzido a zero na região.[14] Porém, a partir de 1989, as coisas começaram a mudar. Foi inaugurado o Terminal Intermodal Barra Funda, que reúne todas as modalidades do transporte coletivo (metrô, trens de passageiros das antigas linhas Sorocabana e Santos-Jundiaí sob a administração da CPTM, transporte rodoviário, ônibus municipais e intermunicipais).[7] No mesmo ano, no antigo Largo da Banana, foi inaugurado o Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer. Estas transformações trouxeram nova vida ao bairro. Muitas casas deram lugar a estabelecimentos comerciais, prédios de negócios se instalaram e imóveis antigos foram revitalizados.[12] Em 1995, a Rede Record ali se estabeleceu e, em suas proximidades, o Parque Industrial Thomas Edison e o Centro Empresarial Água Branca foram inaugurados em 2001.[11] No campo cultural e de entretenimento, além do Memorial da América Latina, o bairro possui um galpão de exposições onde funciona regularmente o Mercado Mundo Mix, que reúne confecções e artigos de decoração de novos designers, o Theatro São Pedro, datado de 1917, e o Parque de Diversões Playcenter. Nos arredores se localizam também o Shopping West Plaza, o Parque Antártica, o Galpão Fábrica, o Parque da Água Branca e o Sesc Pompéia.[15] Atualidade Memorial e edifícios localizados nas adjacências do Terminal. Rede Record de Televisão. Edifícios residenciais modernos do bairro. Nos últimos anos, o bairro da Barra Funda tem passado por significativas transformações que refletem tanto a evolução urbana quanto as mudanças sociais e econômicas da cidade de São Paulo. Um dos marcos dessa transformação foi a desativação do Playcenter, um famoso parque de diversões que operou por décadas na região. O fechamento do Playcenter em 2012 marcou o fim de uma era, mas também abriu espaço para novos empreendimentos e iniciativas que visam revitalizar a área.[15] Um dos projetos mais notáveis que surgiram após a desativação do parque é o Jardim das Perdizes, um empreendimento que visa transformar a antiga área do Playcenter em um espaço residencial e comercial moderno. Este projeto é parte de uma tendência maior de revitalização urbana que busca integrar áreas anteriormente subutilizadas à dinâmica da cidade, promovendo um ambiente mais sustentável e acessível.[16][17] Além disso, a construção do Terminal Intermodal Barra Funda consolidou a região como um importante hub de transporte, facilitando o acesso a diferentes modalidades de transporte público, como metrô, trens e ônibus. Essa infraestrutura não apenas melhora a mobilidade dos moradores, mas também torna o bairro mais atrativo para empresas e novos empreendimentos.[18] A Barra Funda continua a ser um centro cultural vibrante. O Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer, permanece como um dos principais pontos de atração do bairro, promovendo eventos culturais, exposições e atividades que celebram a diversidade latino-americana. O bairro também abriga o Theatro São Pedro, que, datado de 1917, é um importante espaço para a cena teatral paulistana.[18] Nos últimos anos, a Barra Funda tem visto um aumento na oferta de espaços de lazer e entretenimento, com a revitalização de áreas públicas e a criação de novos centros comerciais. O Shopping West Plaza e o Parque da Água Branca são exemplos de locais que oferecem opções de compras e lazer para os moradores e visitantes.[11][8] O bairro é classificado pelo CRECI como "Zona de Valor C", assim como outros bairros da capital como Santana e Tatuapé.[19] Apesar das melhorias, a Barra Funda enfrenta desafios, como a gentrificação, que pode levar ao aumento dos preços dos imóveis e à deslocação de moradores de longa data. A chegada de novos empreendimentos e a valorização da área podem criar tensões entre os antigos e novos moradores, exigindo um planejamento urbano cuidadoso para garantir que o desenvolvimento beneficie a todos.[9] BibliografiaBarra Funda é um bairro situado em parte na zona oeste do município de São Paulo, pertencente ao distrito da Barra Funda,[2][3] e em parte ao distrito de Santa Cecília, na zona central da cidade. É famoso por ser o bairro das escolas de samba Mancha Verde e Camisa Verde e Branco, e o local onde também se situa a sede da rede de televisão RecordTV, bem como o Memorial da América Latina, os centros de treinamento dos times de futebol Palmeiras e São Paulo. É atendido pela linha 3 do Metrô e pelas linhas 7 e 8 do Trem Metropolitano. História e formação O bairro da Barra Funda está inserido na área central de São Paulo, cuja origem é bastante interessante e remonta à fundação do Colégio pelos Jesuítas, em 1554. A posição geográfica privilegiada da cidade propiciou que se estabelecesse como centro de intenso intercâmbio econômico entre o planalto paulista e o litoral, além de ser um ponto central do sistema de comunicações, onde todos os caminhos, tanto terrestres quanto fluviais, se articulavam.[4] O processo de ocupação da área central da cidade, assim como as profundas transformações verificadas nos séculos XIX e XX, refletem as diversas fases da evolução urbana de São Paulo. Em meados do século XIX, a cidade era ainda bastante modesta, com a parte compacta restrita à extremidade do esporão que corresponde à confluência Tamanduateí-Anhangabaú, a parte antiga do atual centro paulistano. A cidade era circundada por chácaras que formavam um cinturão de características suburbanas, com funções residenciais e agrícolas.[5] Avenida Francisco Matarazzo na década de 1920. Central Telefônica Palmeiras em 1928. Antiga residência do escritor Mário de Andrade. O crescimento e desenvolvimento de São Paulo nas últimas décadas do século XIX propiciaram a ocupação das várzeas dos rios na cidade e o surgimento de novos bairros. Chácaras foram loteadas e a construção de estações de trem trouxeram novas atividades econômicas para estas regiões.[5] O bairro da Barra Funda é um bom exemplo deste processo. Lá se localizava a Chácara do Carvalho, divisão do antigo sítio de propriedade do Barão de Iguape, que abrangia ainda parte da Casa Verde e da Freguesia do Ó.[4] Herdada por Antônio da Silva Prado, a sede da Chácara foi encomendada a Luigi Puci em 1890, pouco tempo antes de suas terras serem loteadas.[6] A ocupação do bairro está estreitamente ligada à construção de estradas de ferro para escoamento da produção do café na cidade.[7] Em 1875, a estação Barra Funda da Estrada de Ferro Sorocabana foi inaugurada, integrando o primeiro trecho da linha.[7] A estação permaneceu como depósito e armazém de produtos transportados entre o porto e o interior até os anos 20, quando passou a transportar passageiros. Já a estação da São Paulo Railway, inaugurada em 1892, bem próxima à estação da Sorocabana, atendeu desde o início à crescente população do bairro, atraída pela demanda de trabalho gerada nos armazéns das ferrovias e de particulares.[6] Os primeiros habitantes da Barra Funda, após o loteamento da chácara, foram imigrantes italianos. Além dos trabalhos relacionados à ferrovia, estabeleceram em suas casas serrarias e oficinas mecânicas que atendiam à população abastada dos Campos Elíseos.[4] Porém, o que mais marca sua presença na Barra Funda é a construção civil. Até hoje, a maior parte das casas do bairro possui uma arquitetura simples com algumas características em comum: construções geminadas que possuem uma entrada lateral, uma fileira de cômodos, uma cozinha, um quintal e um porão. Esta arquitetura é conhecida como "ponta de chuva", por serem as casas traçadas pelos capomastri (mestres de obras) italianos com a ponta de um guarda-chuva na terra no início da construção.[8][9] No início do século XX, as características do bairro começaram a mudar. A população, que era predominantemente branca, passou a receber os primeiros negros, presença que se intensificou nas décadas seguintes.[10] O sistema de transportes da região foi contemplado, em 1902, com o primeiro bonde elétrico de São Paulo, que ligava a Barra Funda ao Largo São Bento.[4] Acompanhando o trajeto do bonde, ruas como Barra Funda, Brigadeiro Galvão e Anhanguera, onde se localizava o ponto final, aglutinaram atividades comerciais e de serviços. O desenvolvimento deste polo comercial, assim como sua proximidade dos bairros Higienópolis e Campos Elíseos, atraiu alguns representantes da classe média cafeeira e industriais que nesta região passaram a residir, enquanto estabeleciam suas indústrias do outro lado do bairro, a Barra Funda de baixo.[11][6] Theatro São Pedro de 1917. E.E. Conselheiro Antônio Prado em 1929. Antonio Ferrigno - Estação Barra Funda. A divisão do bairro data da construção das linhas de trem que separaram a região localizada entre a linha de trem e a Marginal Tietê (Barra Funda de baixo) e a localizada entre a linha de trem e os Campos Elíseos (Barra Funda de cima). Por muito tempo, foram ligadas por duas porteiras, uma na rua Anhanguera e outra na rua Assis.[4] A parte de cima até hoje goza de maior infraestrutura e poder aquisitivo.[12] Diante da infraestrutura que o bairro possuía e da concentração de mão-de-obra, as primeiras décadas do século XX assistiram a uma ocupação industrial impressionante.[7] Além das indústrias instaladas na própria Barra Funda, na Água Branca, um grande parque industrial foi erguido na década de 1920: as Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo.[10] Com uma área de 100 mil metros quadrados, reuniam diversas atividades industriais e empregavam um grande número de moradores do bairro. Até uma estação de trem da São Paulo Railway foi construída nas mediações do parque industrial para o escoamento do que ali era produzido.[10] No entanto, o desenvolvimento econômico da região seria abalado pela Grande Depressão. Os casarões da antiga classe média cafeeira foram abandonados e, com o tempo, se transformaram em cortiços. Indústrias fecharam ou transferiram suas atividades. Ao bairro restaram as oficinas mecânicas, serrarias, marcenarias e indústrias alimentícias ou têxteis de pequeno porte.[4] No plano cultural, este período marcaria a história da música nacional.[13] A região é considerada um dos berços do samba paulista. O Largo da Banana era o ponto de encontro para os sambas de rodas, rodas de tiririca (capoeira) e serestas.[13] Conhecido assim pela venda de cachos de banana, o largo é louvado em sambas conhecidos, como nas letras de Geraldo Filme. Lá foi fundado por Dionísio Barbosa o primeiro cordão carnavalesco paulista, o Grupo Carnavalesco Barra Funda.[4] Formado por membros da população negra que se sentiam excluídos da Festa do Momo, o grupo teve que paralisar suas atividades nos anos 40 por problemas políticos.[9] Reorganizado como Camisa Verde por Inocêncio Tobias, foi perseguido pela polícia política de Vargas, confundido como simpatizante do Partido Integralista, até a alteração do nome para Camisa Verde e Branco. O primeiro desfile do grupo data de 1954, na comemoração do Quarto Centenário da cidade de São Paulo.[13][14] Terminal Intermodal Barra Funda de 1989. Playcenter inaugurado em 1973. Os anos 1970 marcam a chegada dos migrantes nordestinos ao bairro. O polo industrial ali localizado nas primeiras décadas do século sofreu um processo crescente de refluxo com o fechamento, transferência ou falências das unidades produtoras, o que propiciou uma maior ocupação residencial do bairro com a chegada dos novos habitantes.[15] No início dos anos 1980, o setor industrial se apresentava quase reduzido a zero na região.[14] Porém, a partir de 1989, as coisas começaram a mudar. Foi inaugurado o Terminal Intermodal Barra Funda, que reúne todas as modalidades do transporte coletivo (metrô, trens de passageiros das antigas linhas Sorocabana e Santos-Jundiaí sob a administração da CPTM, transporte rodoviário, ônibus municipais e intermunicipais).[7] No mesmo ano, no antigo Largo da Banana, foi inaugurado o Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer. Estas transformações trouxeram nova vida ao bairro. Muitas casas deram lugar a estabelecimentos comerciais, prédios de negócios se instalaram e imóveis antigos foram revitalizados.[12] Em 1995, a Rede Record ali se estabeleceu e, em suas proximidades, o Parque Industrial Thomas Edison e o Centro Empresarial Água Branca foram inaugurados em 2001.[11] No campo cultural e de entretenimento, além do Memorial da América Latina, o bairro possui um galpão de exposições onde funciona regularmente o Mercado Mundo Mix, que reúne confecções e artigos de decoração de novos designers, o Theatro São Pedro, datado de 1917, e o Parque de Diversões Playcenter. Nos arredores se localizam também o Shopping West Plaza, o Parque Antártica, o Galpão Fábrica, o Parque da Água Branca e o Sesc Pompéia.[15] Atualidade Memorial e edifícios localizados nas adjacências do Terminal. Rede Record de Televisão. Edifícios residenciais modernos do bairro. Nos últimos anos, o bairro da Barra Funda tem passado por significativas transformações que refletem tanto a evolução urbana quanto as mudanças sociais e econômicas da cidade de São Paulo. Um dos marcos dessa transformação foi a desativação do Playcenter, um famoso parque de diversões que operou por décadas na região. O fechamento do Playcenter em 2012 marcou o fim de uma era, mas também abriu espaço para novos empreendimentos e iniciativas que visam revitalizar a área.[15] Um dos projetos mais notáveis que surgiram após a desativação do parque é o Jardim das Perdizes, um empreendimento que visa transformar a antiga área do Playcenter em um espaço residencial e comercial moderno. Este projeto é parte de uma tendência maior de revitalização urbana que busca integrar áreas anteriormente subutilizadas à dinâmica da cidade, promovendo um ambiente mais sustentável e acessível.[16][17] Além disso, a construção do Terminal Intermodal Barra Funda consolidou a região como um importante hub de transporte, facilitando o acesso a diferentes modalidades de transporte público, como metrô, trens e ônibus. Essa infraestrutura não apenas melhora a mobilidade dos moradores, mas também torna o bairro mais atrativo para empresas e novos empreendimentos.[18] A Barra Funda continua a ser um centro cultural vibrante. O Memorial da América Latina, projetado por Oscar Niemeyer, permanece como um dos principais pontos de atração do bairro, promovendo eventos culturais, exposições e atividades que celebram a diversidade latino-americana. O bairro também abriga o Theatro São Pedro, que, datado de 1917, é um importante espaço para a cena teatral paulistana.[18] Nos últimos anos, a Barra Funda tem visto um aumento na oferta de espaços de lazer e entretenimento, com a revitalização de áreas públicas e a criação de novos centros comerciais. O Shopping West Plaza e o Parque da Água Branca são exemplos de locais que oferecem opções de compras e lazer para os moradores e visitantes.[11][8] O bairro é classificado pelo CRECI como "Zona de Valor C", assim como outros bairros da capital como Santana e Tatuapé.[19] Apesar das melhorias, a Barra Funda enfrenta desafios, como a gentrificação, que pode levar ao aumento dos preços dos imóveis e à deslocação de moradores de longa data. A chegada de novos empreendimentos e a valorização da área podem criar tensões entre os antigos e novos moradores, exigindo um planejamento urbano cuidadoso para garantir que o desenvolvimento beneficie a todos.[9] BibliografiaBarra Funda é um bairro situado em parte na zona oeste do município de São Paulo, pertencente ao distrito da Barra Funda,[2][3] e em parte ao distrito de Santa Cecília, na zona central da cidade. É famoso por ser o bairro das escolas de samba Mancha Verde e Camisa Verde e Branco, e o local onde também se situa a sede da rede de televisão RecordTV, bem como o Memorial da América Latina, os centros de treinamento dos times de futebol Palmeiras e São Paulo. É atendido pela linha 3 do Metrô e pelas linhas 7 e 8 do Trem Metropolitano. História e formação O bairro da Barra Funda está inserido na área central de São Paulo, cuja origem é bastante interessante e remonta à fundação do Colégio pelos Jesuítas, em 1554. A posição geográfica privilegiada da cidade propiciou que se estabelecesse como centro de intenso intercâmbio econômico entre o planalto paulista e o litoral, além de ser um ponto central do sistema de comunicações, onde todos os caminhos, tanto terrestres quanto fluviais, se articulavam.[4] O processo de ocupação da área central da cidade, assim como as profundas transformações verificadas nos séculos XIX e XX, refletem as diversas fases da evolução urbana de São Paulo. Em meados do século XIX, a cidade era ainda bastante modesta, com a parte compacta restrita à extremidade do esporão que corresponde à confluência Tamanduateí-Anhangabaú, a parte antiga do atual centro paulistano. A cidade era circundada por chácaras que formavam um cinturão de características suburbanas, com funções residenciais e agrícolas.[5] Avenida Francisco Matarazzo na década de 1920. Central Telefônica Palmeiras em 1928. Antiga residência do escritor Mário de Andrade. O crescimento e desenvolvimento de São Paulo nas últimas décadas do século XIX propiciaram a ocupação das várzeas dos rios na cidade e o surgimento de novos bairros. Chácaras foram loteadas e a construção de estações de trem trouxeram novas atividades econômicas para estas regiões.[5] O bairro da Barra Funda é um bom exemplo deste processo. Lá se localizava a Chácara do Carvalho, divisão do antigo sítio de propriedade do Barão de Iguape, que abrangia ainda parte da Casa Verde e da Freguesia do Ó.[4] Herdada por Antônio da Silva Prado, a sede da Chácara foi encomendada a Luigi Puci em 1890, pouco tempo antes de suas terras serem loteadas.[6] A ocupação do bairro está estreitamente ligada à construção de estradas de ferro para escoamento da produção do café na cidade.[7] Em 1875, a estação Barra Funda da Estrada de Ferro Sorocabana foi inaugurada, integrando o primeiro trecho da linha.[7] A estação permaneceu como depósito e armazém de produtos transportados entre o porto e o interior até os anos 20, quando passou a transportar passageiros. Já a estação da São Paulo Railway, inaugurada em 1892, bem próxima à estação da Sorocabana, atendeu desde o início à crescente população do bairro, atraída pela demanda de trabalho gerada nos armazéns das ferrovias e de particulares.[6] Os primeiros habitantes da Barra Funda, após o loteamento da chácara, foram imigrantes italianos. Além dos trabalhos relacionados à ferrovia, estabeleceram em suas casas serrarias e oficinas mecânicas que atendiam à população abastada dos Campos Elíseos.[4] Porém, o que mais marca sua presença na Barra Funda é a construção civil. Até hoje, a maior parte das casas do bairro possui uma arquitetura simples com algumas características em comum: construções geminadas que possuem uma entrada lateral, uma fileira de cômodos, uma cozinha, um quintal e um porão. Esta arquitetura é conhecida como "ponta de chuva", por serem as casas traçadas pelos capomastri (mestres de obras) italianos com a ponta de um guarda-chuva na terra no início da construção.[8][9] No início do século XX, as características do bairro começaram a mudar. A população, que era predominantemente branca, passou a receber os p1 Dormitório com armário; Banheiro com box blindex; Living em 2 ambientes; Cozinha com armários planejados, integrada a sala, com fogão
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